ATA DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 08.03.1991.
Aos oito dias do mês de março do ano de mil
novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Quinta Sessão
Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às
nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert
Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José
Alvarenga, José Valdir, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz
Machado, Mano José, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra,
Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo e Heriberto Back. Constatada a
existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e
solicitou ao Ver. Jaques Machado que procedesse à leitura de trecho da Bíblia.
A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata da Décima Quarta Sessão
Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Cyro Martini,
01 Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 10/91 (Processo nº 650/91);
pelo Ver. Edi Morelli, 03 Pedidos de Providências; pelo Ver. Vieira da Cunha,
02 Pedidos de Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 58/91, do
TRENSURB; 314/91, da Secretaria Municipal dos Transportes; s/nº, do Instituto
Nacional do Seguro Social; Circular nº 738/91, da Câmara Municipal de Tupã, SP;
Carta do Dr. Ferdinando Giardini, Jornalista Publicitário de Catanzaro, Itália.
Ainda, foram deferidos pelo Sr. Presidente Requerimentos do Ver. Nelson Castan,
solicitando desarquivamento e retomada ou renovação da tramitação regimental
dos Projetos de Lei do Legislativo nºs 54, 143, 140/90 e 114/89. A seguir, o
Sr. Presidente atentou para o Ofício nº 314/91, constante do Expediente,
declarando que os documentos anexos ao mesmo ficariam sob a guarda do Ver.
Artur Zanella, Presidente da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação.
Em prosseguimento, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO
DIA e foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Dilamar Machado,
solicitando que seja convocado o Diretor-Presidente da Empresa Porto-Alegrense
de Turismo para esclarecimentos acerca do Carnaval Oficial de Porto Alegre/91;
do Ver. Gert Schinke, de Moção de Repúdio às gestões para protelar a vigoração
da “Lei do Consumidor”, desenvolvidas pela Confederação Nacional das Indústrias
em conjunto com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos; do Ver.
João Dib, de Votos de Congratulações com a Televisão Guaíba; com a Sociedade
Gondoleiros, pelo transcurso de seus aniversários de fundação; do Ver. José
Valdir, de Moção de Solidariedade ao magistério e funcionários do Estado do Rio
Grande do Sul, por sua luta em defesa da sobrevivência e de melhores condições
de trabalho; solicitando que o Grande Expediente do dia seis de novembro do
corrente ano seja dedicado a debater o transcurso de mais um aniversário da
Revolução Bolchevique; do Ver. Nereu D’Ávila, de Voto de Pesar pelo falecimento
de Emília Santa Monteiro Ribeiro. Ainda, foram aprovados os seguintes
Requerimentos: do Ver. João Motta, solicitando que o período de Comunicações do
dia doze do corrente seja dedicado a debates em preparação ao dia quinze de
março, Dia Nacional de Lutas contra o Plano Collor, por quinze Votos SIM contra
dez Votos NÃO e três ABSTENÇÕES, tendo sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Nereu D’Ávi1a, Adroaldo Correa, Artur Zanella e Vicente Dutra, tendo
sido submetido à votação nominal por solicitação do Ver. Vieira da Cunha; do
Ver. Elói Guimarães, de Moção de Repúdio à “tentativa de prorrogação dos
mandatos de Vereadores e Prefeitos”, bem como sugerindo Emenda à Constituição
Federal, estabelecendo mandato “atípico” de seis anos para os Vereadores e Prefeitos
a partir de 1992, fazendo, em conseqüência, a coincidência de mandatos com
Governadores, Senadores, Deputados Estaduais e Federais em 1992, por vinte e um
Votos SIM contra um Voto NÃO e cinco ABSTENÇÕES, com Declaração de Voto do Ver.
Artur Zanella, tendo sido encaminhado à votação pelos Vereadores Elói
Guimarães, Artur Zanella e João Dib e submetido à votação nominal por
solicitação do Ver. Isaac Ainhorn. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu
Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn e Clóvis Brum, acerca do artigo
83, da Lei Orgânica Municipal, e do artigo 17 do Regimento Interno; e dos
Vereadores Clóvis Brum, Nereu D’Ávila e Elói Guimarães, acerca dos artigos 17 e
18 do Regimento Interno; e o Ver. Isaac Ainhorn, solicitou que seja ouvida a
Comissão de Justiça e Redação quanto à possibilidade de voto do Ver. Airto
Ferronato, quanto ao Requerimento do Ver. Elói Guimarães, anteriormente
referido, por encontrar-se esse Vereador presidindo os trabalhos. Também, o
Ver. Clóvis Brum solicitou que fossem enviadas à Comissão de Justiça e Redação
os apanhados taquigráficos referentes às discussões efetuadas em torno dos
artigos 83, da Lei Orgânica Municipal, e 17 e 18, do Regimento Interno. Ainda,
foi aprovado Requerimento do Ver. Artur Zanella, solicitando a renovação da
votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 148/88, por dezesseis Votos SIM
contra sete Votos NÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores
Artur Zanella e João Dib e submetido à votação nominal por solicitação do Ver.
Artur Zanella. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos
Vereadores João Dib, Adroaldo Correa, Artur Zanella, Gert Schinke, Nereu
D’Ávila, Isaac Ainhorn, José Valdir, Clóvis Ilgenfritz e Omar Ferri, acerca do
número de votos favoráveis necessários para aprovação de requerimento de
renovação de votação de processos. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver.
Artur Zanella, solicitando o encaminhamento à Comissão de Justiça e Redação do
resultado da votação do requerimento de sua autoria, que solicitava renovação
de votação para o Projeto de Lei do Legislativo nº 148/88, por dezoito Votos
SIM contra dois Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, tendo sido submetido à votação
nominal por solicitação do Ver. Antonio Hohlfeldt; e foi rejeitado Requerimento
do Ver. Clóvis Ilgenfritz, solicitando a anulação da votação do Requerimento do
Ver. Artur Zanella, que solicita renovação da votação do Projeto de Lei do
Legislativo n° 148/88, este por oito Votos SIM contra quatorze Votos NÃO, após
ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Vicente Dutra, Clóvis
Ilgenfritz e Isaac Ainhorn, tendo sido submetido à votação nominal por
solicitação do Ver. Antonio Hohlfeldt. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu
Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Artur Zanella e
Clóvis Ilgenfritz, acerca do Requerimento do Ver. Clóvis Ilgenfritz, acima
referido. Após, o Sr. Presidente informou que o Requerimento do Ver. Artur
Zanella, de renovação de votação, acima referido, está considerado aprovado até
a próxima segunda-feira, quando deve ocorrer reunião da Comissão de Justiça e
Redação, a qual deverá ratificar ou mudar tal posição. Em COMUNICACÃO DE LÍDER,
o Ver. Nereu D’Ávila discorreu sobre o transcurso, hoje, do Dia Internacional
da Mulher, falando de Sessão Solene realizada na Casa, ontem, a esse respeito,
e da nomeação, pela Ordem dos Advogados do Brasil, de uma Comissão para estudo
dos direitos da mulher. Leu e comentou trechos do discurso de posse da Dra.
Ecilda Gomes Haensel, Presidente da Comissão da Organização dos Advogados do
Brasil, acima referida. O Ver. João Dib comentou declarações do Sr. Jair
Meneguelli, acerca do Dia Internacional da Mulher. Disse ser “difícil manter um
bom relacionamento com a administração municipal”, falando, principalmente, dos
problemas que vêm enfrentando o magistério público do Município, acerca da
concessão, a integrantes dessa classe, de Regime Especial de Trabalho.O Ver.
Adroaldo Correa reportou-se ao pronunciamento do Ver. João Dib, acerca das
declarações do Sr. Jair Meneguelli, quanto ao Dia Internacional da Mulher.
Teceu comentários quanto à votação, na Casa, do Requerimento do Ver. Artur
Zanella, de renovação de votação do Processo 1939/88. Discorreu sobre o
transporte coletivo da Zona Sul da Cidade, dizendo das discussões e amplos
debates efetuados quando da alteração de linhas que servem àquela zona. Em
COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Antonio Hohlfeldt solicitou aos companheiros
do Partido dos Trabalhadores que as críticas que os mesmos possuem com relação
a S.Exa. sejam colocadas no âmbito da Bancada do referido Partido. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 11, 14, 31 e 12/91, o Projeto de Resolução n° 05/91; em 3ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 10, 06, 16, 27, 30/91 e 173/91, o
Projeto de Resolução nº 03/91, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo
nºs 07 e 02/91. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Adroaldo Correa lembrou reunião
da Bancada do PT, a ser realizada esta tarde. Comentou declarações do Presidente
da Central Única dos Trabalhadores, acerca do Dia Internacional da Mulher.
Atentou para a importância de separar os processos sociais das conseqüências
sociais, analisando o significado histórico das revoluções que resultaram na
tomada de poder pela classe trabalhadora, em especial a Revolução Bolchevique.
O Ver. José Valdir reportou-se ao pronunciamento do Ver. João Dib, acerca das
reivindicações do magistério público municipal, de concessão automática do
Regime Especial de Trabalho. Comentou as discussões que vem surgindo quanto ao
assunto, esclarecendo as posições assumidas pelo Executivo Municipal a
respeito. O Ver. Clóvis Ilgenfritz falou da posição tomada por Vereadores de
sua Bancada, de questionamento do resultado da votação do Requerimento do Ver.
Artur Zanella, que solicitava renovação da votação do Processo 1939/88.
Registrou o transcurso, hoje, do Dia Internacional da Mulher. E o Ver. Ervino
Besson, face ao transcurso do Dia Internacional da Mulher, saudou as mulheres,
em especial as que assessoram os trabalhos da Casa. Discorreu acerca do estado
precário em que se encontra a comunidade da Vila Tripa, classificando essa Vila
como uma das que se encontram em pior situação em nossa Cidade. A seguir, o Sr.
Presidente saudou as funcionárias pela passagem do Dia Internacional da Mulher
e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às doze horas e
cinqüenta e nove minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda feira, à hora regimental. Durante a Sessão, os
trabalhos estiveram suspensos por cinco minutos, nos termos do artigo 84, I do
Regimento Interno. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt e Airto Ferronato e secretariados pelo Ver. Leão de Medeiros. Do que
eu, Leão de Medeiros, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): A Mesa
gostaria de chamar a atenção dos Srs. Líderes relativamente ao Ofício nº
314/91, da Secretaria Municipal dos Transportes, que está estampado no nosso
espelho de hoje e que foi entregue às Lideranças na manhã de ontem. Aos
Senhores Líderes que não compareceram na sala da Presidência nós enviamos a
documentação sintética diretamente aos seus gabinetes, e como a Secretaria
Municipal dos Transportes nos entregou o balanço completo de toda a
documentação que é esse bloco de documentos que estão aqui sobre a mesa e isto
diz respeito aos transportes, eu gostaria que o Ver. Artur Zanella, na condição
de Presidente da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação - CUTHAB -,
passasse a ter a guarda dessa documentação em nome da Casa, para consulta dos
Srs. Vereadores que assim entenderem. Qualquer dúvida, qualquer indagação sobre
pesquisa em torno do plus, em torno da nossa lei do início do ano, fica
então sobre a responsabilidade da CUTHAB, conforme o solicitado pelo Ver. Artur
Zanella, que a partir de agora, tem a posse e a responsabilidade por esta
documentação já que é a sua Comissão que responde por este problema.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, ao receber esta
documentação eu vou pedir que a assessoria técnica da Comissão examine, mas se
não estiver aí, eu já adianto que eu pediria a V. Exª que consiga, se possível,
cópias das citações judiciais, enfim, de toda aquela parte jurídica que está em
debate no Tribunal Pleno para que nós possamos ter conhecimentos de quais as
razões do Ministério Público, e quais as razões da Prefeitura e, se possível,
também, a documentação em que a Mesa da Casa entrou ou entrará como litisconsortes
nesta ação judicial.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, eu
aproveito a oportunidade do assunto, para requerer que esta documentação seja
juntada aos autos da Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo relator é o Ver.
Artur Zanella.
O SR. PRESIDENTE: Há quórum, passamos à
.
ORDEM DO DIA
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.) Requerimento do Ver.
Dilamar Machado que requer, após ouvir do Plenário, seja convocado o
Diretor-Presidente da Empresa Porto-Alegrense de Turismo, para prestar contas
dos recursos obtidos com o Carnaval de Porto Alegre 1991.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Nós gostaríamos de comunicar que
o Sr. Diretor-Presidente da Empresa Porto-Alegrense de Turismo S/A - EPATUR -
estará presente na Casa no dia 19, às 14 horas.
Com a palavra o Sr. 1º
Secretário.
O SR. 1º SECRETÁRIO: De autoria do Ver. José Valdir,
Requerimento nº 66/90, que solicita Moção de Solidariedade ao magistério e
funcionários do Estado do Rio Grande do Sul pela mobilização em busca de
solução para sua situação profissional.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. 1º SECRETÁRIO: De autoria do Ver. Gert Schinke,
Requerimento nº 67/91, que solicita Moção de Repúdio às gestões para protelar a
vigoração da Lei do Consumidor, desenvolvidas pela Federação Nacional das
Indústrias de Alimentos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra
o voto do Ver. João Dib.
O SR. 1º SECRETÁRIO: De autoria do Ver. João Motta,
Requerimento nº 77/91, que solicita que o Período de Comunicações do dia 12 de
março de 1991 seja dedicado a debates e em preparação ao dia 15 de março de
1991, Dia Nacional de Lutas contra o Plano Collor.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Para encaminhar, a
palavra com o Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
vamos deixar bem claro que a posição nacional do Partido Democrático
Trabalhista - PDT - tem sido dada pelo Governador Leonel Brizola, que ontem
ainda esteve com o Presidente Collor. O Governador Brizola tem sido enfático no
sentido de que a oposição que o PDT exerce em relação ao Governo Collor não
inibe que a Bancada do PDT, a nível federal, veja e estude certos aspectos que
possam encaminhar soluções nacionais ao bem-estar do povo, ou seja, uma
oposição firme, consciente, mas não sectária, como disse o Governador Brizola,
ontem, em rede nacional de televisão. Então, nós, evidentemente, que até
podemos participar deste dia 15 de março, Dia Nacional de Lutas contra o Plano
Collor. O PDT pode até, por seus órgãos partidários, por suas Bancadas,
participar. Eu até me proponho, na Liderança, em nome da Bancada, no dia 15, a
encaminhar qualquer documento, qualquer participação.
Agora, querer pautar e atrelar a
Câmara de Vereadores a este dia preparatório ao dia 15, nada contra o mérito,
mas sim contra o processo.
Eu vejo por parte da Bancada do PT, que ela quer pautar para o ano todo, condicionar,
inclusive, todas as Bancadas a sua própria visão do que deve ser um processo
legislativo. E se viu pela pletora de requerimentos do Ver. José Valdir em que
um deles ensejou uma longa discussão nesta Casa, na sexta-feira passada, de
querer comemorar a Revolução Bolchevista, ou seja, obrigar os Vereadores a
ocupar um Grande Expediente para comemorar a Revolução Bolchevista de 1917.
Agora, aqui, se quer que o Período de Comunicações, obrigatoriamente, seja para
encaminhar o Dia Nacional de Lutas contra o Plano Collor.
Então, sugiro que os Vereadores
que estejam inscritos no Período de Comunicações possam até, eventualmente,
falar no Dia Nacional de Lutas, mas que não se obrigue a Câmara, e que os
Vereadores possam discutir assuntos os mais diversos, e não sejam obrigados a
falar sobre o Dia Nacional de Lutas, mas que possam, eventualmente, se
quiserem, falar sobre o Dia Nacional de Lutas. Então este é o ponto que devemos
discutir com prioridade neste momento.
Esta questão de pautar
obrigatoriamente a Câmara é o que sinto que a Bancada do PT está querendo fazer
com a Câmara Municipal.
Eu quero deixar bem claro, como
deixei no Requerimento do Ver. José Valdir, debater. Queremos debater a
Revolução Russa, debater aspectos da Revolução Francesa que também mudou todo o
caminho da História da Humanidade. Nada a opor a debater. Agora, eu penso que
temos problemas cruciais aqui em Porto Alegre. Está aí uma denúncia, de ontem,
do Secretário dos Transportes, e hoje nos jornais, de que em 1992 vai haver o
caos do transporte coletivo, se o plus não for implantado.
É uma questão crucial para a
população. As invasões continuam. Ainda ontem, fui ao DEMHAB falar sobre as
invasões da Restinga que o Ver. Luiz Machado, também, tem posição firmada.
Sobre o problema do funcionalismo, as professoras, hoje, se reúnem para,
possivelmente, entrar em greve num governo que nem se instalou ainda. O novo
Governador pede uma trégua. Há um desencontro entre o atual e futuro Governo
sobre o problema de Auditoria nas Fundações, por exemplo, a CEEE. Enfim, são
problemas da mais alta importância para o Estado e para o Município.
Com isto, quero deixar bem claro
que temos posição firmada sobre o Plano Collor II. Isto já foi objeto de um
Programa Nacional do PDT a nível de televisão.
Mas quero deixar bem claro, que
pautar a Câmara para fazer um dia preparatório para o Dia Nacional de Lutas,
creio que devemos evitar este tipo de condicionamento do Poder Legislativo
Municipal. Que cada Vereador use a sua tribuna, o seu tempo de comunicações
para o assunto que bem lhe aprouver. Isto não quer dizer que não seja
importante o Dia Nacional de Lutas contra o Plano Collor II, mas ele terá muito
mais repercussão na rua, na luta, na qual o PDT estará participando.
O meu encaminhamento é neste
sentido, para não atrelar a Câmara aos assuntos que o PT julga mais importante.
Neste sentido, encaminho contrariamente a este Requerimento de ocupar-se um
Período de Comunicações para falar-se, obrigatoriamente, sobre determinado
assunto, por mais importante que este assunto seja. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Presidência comunica que vai
cortar a palavra quando não se cumprir o tempo regimental.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr.Presidente, peço desculpas à Mesa. Fui bastante humilde e pedi
desculpas à Mesa, mas V. Exª deu um tom de professor para aluno, o qual a
Liderança do PDT não aceita.
O SR. PRESIDENTE: Peço desculpas, também. Mas, com todo o respeito, faço um apelo a V.
Exª, a que cumpra o ritual do tempo.
Antes de passar a palavra ao Ver.
Adroaldo Corrêa, quero registrar a presença da ex-Vereadora Terezinha Irigaray
que nos honra com sua presença nesta Casa.
Com a palavra o Ver. Adroaldo
Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o Ver. Nereu D’Ávila talvez não tenha entendido o nosso objetivo.
Nós não queremos obrigar a Câmara de Vereadores a fazer um debate. Temos um
Requerimento que consulta o Plenário se a Câmara de Vereadores quer fazer esse
debate no dia 12. Não é uma imposição. Estamos querendo o voto dos companheiros
para esse debate. É só um Requerimento, não é uma ordem. Talvez o Ver. Nereu
D’Ávila não tenha entendido o nosso objetivo. O Ver. João Motta quando anunciou
que faria esse Requerimento disse que o País vive uma situação que a Câmara de
Vereadores de Porto Alegre não pode deixar passar sem uma anotação sua,
precisa, objetiva, e até antecipada, no momento em que os trabalhadores terão
jornadas de luta importante contra aquilo que os aflige, que é o Plano
Presidencial chamado Collor II.
Mas, Sr. Presidente, erguer
argumentos de que há ocupações em Porto Alegre ocorrendo, dos sem-teto, por
falta de moradia, e ser contra um debate como esse da situação nacional, e não
dizer que falta um plano de habitação nacional para esses sem-tetos de Porto
Alegre, para esses sem-tetos de todo o País. Erguer argumentos de que os
professores vão entrar em greve contra um governo que inicia e que pede trégua.
E não dizer que esses professores sofrem uma política nacional, que estarão em
greve em razão de que o Estado tem carência de recursos em função de uma
política nacional. Por que será que um governo que recém se elege pede trégua
ao seu eleitorado? É porque as finanças do Governo do Estado estão combalidas,
não apenas por causa do desempenho produtivo do Estado do Rio Grande do Sul,
que há trabalhadores e há produção, mas por causa da situação nacional. E nós
não podemos discutir isso na Câmara de Vereadores porque estaremos pautados
pelo PT. Não é o PT que está pautando, é
o Requerimento que o PT faz e propõe aos Srs. Vereadores, porque quem pauta é a
crise nacional. É Collor que pauta esse assunto, como momentoso, como se diria
na imprensa. A imprensa não fala de outra coisa a não ser de novas mudanças no
Plano Collor II. Mas nós não vamos discutir, vamos dizer que os sem-tetos
fizeram ocupação e foram desabrigados por ação judicial e isto está solto no
espaço e no mundo, não tem relação com outras situações nacionais, outras
situações estaduais, com tréguas solicitadas que não são tréguas por que não se
tem a possibilidade de fazer, mas sim porque não há dinheiro, do ponto de vista
dos recursos também federais, de repasses à educação, à saúde e à habitação, e
outros tantos, sem falar na reforma agrária que este Governo sequer toca.
Aliás, faz o mínimo de esforço possível para que isso seja uma política
nacional.
Então, acho que o Ver. Nereu
D’Ávila ou não fez o debate conosco, ou não entendeu de fato o objetivo. Nós
não queremos ordenar à Câmara Municipal este debate, nós consultamos, enquanto
Partido dos Trabalhadores, a Câmara para um debate no dia 12 sobre estas
questões cruciais da nacionalidade, porque nós não queremos comemorar o
aniversário de um ano do Governo Collor. Nós queremos, de alguma forma,
sinalizar a nossa insatisfação, como até eleitores do Governo Collor estão
insatisfeitos. Nós sabemos, nós vemos isto, há uma insatisfação generalizada no
meio do povo, há uma desconfiança sobre a política que também revela esta
necessidade de refletir sobre a que veio este Governo, porque lhe resta ainda
quatro anos, é a carga e a cruz dos trabalhadores. Por mais quatro anos. Então,
vamos pesar esta cruz para ver qual o tamanho dela e ver ações concretas na
Câmara Municipal. Antecipadas, num debate? Não, o Congresso Nacional já faz um
debate sobre se hoje já não seria razoável encaminhar as Emendas
Constitucionais que permitem a troca do caráter do regime de governo, e nós não
falamos ainda se é parlamentarismo, se é antecipado, se as reformas
constitucionais são possíveis ou não. Podemos buscar um entendimento, construir
uma perspectiva comum na cidade de Porto Alegre, quem sabe, numa luta contra,
talvez, a antecipação das reformas ou pela antecipação das reformas. Eu,
particularmente, sou contra. Neste momento, eu acho que é só um encaminhamento
de um Requerimento que é uma consulta aos Vereadores, que queiram debater
conosco. De certa forma, se nós também estivermos inscritos, nós também
debateremos. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
mais uma vez uma questão e que ambas as partes têm razão. O PT, com a sua
Liderança, tem toda razão para solicitar este debate. E o Ver. Nereu D’Ávila,
como Líder do PDT, tem toda razão para que não ocorra a ocupação de um horário
nobre, nesta Casa, para preparar o debate.
A minha sugestão é que no dia 15,
que é o Dia Nacional de Luta contra o Plano Collor II, façam as pessoas que
quiserem a sua manifestação. Mas me parece uma demasia, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Srs. Líderes do PT, que se faça uma Sessão em preparação a um
debate. No dia 15 de março, que se faça este debate. Eu até proporia que fosse
um debate sobre o Plano Collor II, porque tem coisas boas, tem coisas ruins.
Por exemplo, estou lendo no jornal Estado de São Paulo, que o comércio de São
Paulo está vendendo mais este mês do que no ano passado. Eu li que, no Rio de
Janeiro, a arrecadação do ICMS aumentou.
Então, eu gostaria que fosse uma
discussão sobre o Plano Collor II, sobre o qual, vamos deixar bem claro, o
Plano Collor I, quando ele foi lançado, no outro dia, nesta tribuna, eu vim
aqui para dizer que ele era recessivo, que iria trazer problemas. Eu não sou
responsável por nada do Sr. Collor de Mello, a não ser o meu voto no segundo
turno. No primeiro turno, eu fui à Televisão Guaíba e disse que iria votar no
Dr. Brizola. Entre o Sr. Lula e o Sr. Collor, eu votei no Collor. A Dona Zélia,
por exemplo, que eu nunca tinha ouvido falar nesta senhora, em termos
econômicos, antes da campanha eleitoral, a origem dela, pelo o que eu sei, é do
PCdoB. A do Sr. Eduardo Teixeira, Presidente da Petrobrás, que falam que vai
ser o futuro Ministro da Economia, também a origem dele é de esquerda. José
Santana era Líder do PT. O Renan
Calheiros era Líder do PCdoB, e tem mais uns vinte. Então, a esquerda não está
no poder, mas a esquerda está fazendo as medidas. Não vou fazer discurso a
favor, agora, tem uma forma de a Prefeitura Municipal de Porto Alegre protestar
contra o Plano Collor II, é dar o IPC aos funcionários. É uma fórmula, Ver.
Dilamar Machado, do mês de fevereiro, que é de 21,87%; isso é uma fórmula
adequada, e que não se faça, Ver. Vieira da Cunha, o que se fez no mês de abril
do ano passado, em que a Prefeitura não pagou o resíduo dos 31% do IPC, mas
cobrou na conta do DMAE; na conta de água do DMAE foi cobrado o IPC integral. E
a conta, deste mês, por uma Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt, Presidente desta
Casa, será cobrada pelo IPC, e espero que o Ver. Antonio Hohlfeldt siga o mesmo
critério para o pagamento dos funcionários desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Vicente
Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
a Bancada do PDS se manifesta contra a
proposição apreciada neste momento, porque entendemos que o PT quer impor à
Casa uma prática já muito usual em seu meio: a prática do reunismo. Ora, este
Vereador, tem o costume de ligar pessoalmente para Secretarias, para seus
chefes de gabinetes, chefes de seção, de setor, departamentos e outros, mas
eles estão sempre em reunião, seminário: “olha, o diretor não se encontra,
porque está com o pessoal, está no seminário”. “Não se encontra”. Mas, “chame o
chefe de gabinete”. Resposta: “Também está participando do seminário”. “Mas,
quem representa o Chefe de Gabinete, não há um chefe de seção?”. “Ah, o Senhor
desculpe, mas ele também está no seminário”. Então, é uma prática que o PT usa.
Gosto de seminários, mas eles devem ocorrer numa hora em que não seja o horário
normal do expediente, para não atrapalhá-lo no andamento do serviço. Se estou
trazendo um problema, quero conversar com a autoridade que conhece o assunto,
nunca está, porque está no seminário. Não é um, são vários seminários onde
estão sempre reunidos.
Nós temos de refletir sobre
determinados assuntos, mas pelo amor de Deus, se vai haver um Dia Nacional de
Lutas, que é o dia em que vão-se fazer as manifestações contra ou a favor,
parcial ou total, essa será uma data oportuna. E, nesse sentido, até a Bancada
do PDS poderá, porque não, apoiar esse Dia, ou os senhores pensam que o PDS
apóia tudo o que está-se passando no Governo? Temos as nossas divergências, até
profundas com determinados assuntos que ocorrem na área federal; afora,
reunismo, não. Nós poderemos apoiar reuniões nesta Casa para tratarmos assuntos
de importância, como, por exemplo, o comportamento do DEMHAB em relação à
desocupação de algumas áreas populares de Porto Alegre, uma forma violenta e
policialesca de retirada dos moradores da Vila dos Eucaliptos. Isso é um
assunto que devemos, em reunião, refletir, porque é um assunto pertinente a
esta Casa, é um assunto aflitivo, que traz preocupações a esta Casa. Temo-nos
de reunir, e vou pedir a convocação das autoridades do Município, para
verificar como estão sendo aplicados os 12%, que esta Casa votou por
unanimidade na Lei Orgânica, das verbas destinadas à educação; aqui presente
nossa querida Verª Terezinha Irigaray, que foi Secretária de Educação, que sabe
que reservamos 12% das verbas destinadas à educação para o ensino especial e a
senhora sabe mais do que ninguém, mais do que nós, porque já exerceu a função,
o quanto é importante ter recursos para aplicar no ensino especial.
Eu peço ao Secretário de
Educação, pergunto ao Secretário de Governo, mas não vem a resposta nunca.
Ontem, foi encaminhado um Pedido de Informações. Essas reuniões é que a Casa
deve proceder porque essas são pertinentes, são do nosso metier e são
assuntos que dizem respeito a problemas muito aflitivos da nossa Cidade. Nós
temos que buscar, na verdade, o entendimento. Este é o caminho. Ontem à noite
eu conversava com o Deputado Luiz Roberto Ponte, ele trazia notícias muito boas
de que há um espírito de entendimento na área do Congresso Nacional. Quanto ao
PT, tínhamos algumas divergências, mas até se elogiava o comportamento pessoal
dos membros do Partido dos Trabalhadores, só que eram sectários em algumas
posições e, agora, já estão aceitando o entendimento, a busca de soluções,
porque, no meu entendimento, meu querido Embaixador Vasconcelos, nós só
encontraremos mesmo quando iniciarmos um processo chamado parlamentarismo. O
sinônimo de parlamentarismo é entendimento. Aí, sim, estaremos caminhando para
um processo de entendimento futuro, mas, em resumo, somos contra essa parada
descabida na Câmara, de um dia, de algumas horas, para aprontar uma luta de
entendimento. Quanto ao mérito do Dia da Luta, a Bancada do PDS vai-se reunir
e, talvez, até, sem surpresa para os Senhores que conhecem a nossa Bancada,
poderemos, até, apoiar algumas coisas. Quanto à parada não. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. VIEIRA DA CUNHA:
Sr. Presidente, requeiro votação nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Vieira da Cunha. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada nominal para a votação do Requerimento do Ver. João Motta.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal e
colhe os votos.) Sr. Presidente, 15 Srs. Vereadores votaram SIM, 10 votaram NÃO e 03 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães,
Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, José Valdir, Omar
Ferri, Vieira da Cunha, Adroaldo Corrêa e Heriberto Back. Votaram NÃO os
Vereadores Artur Zanella, Edi Morelli, Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de
Medeiros, Luiz Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Vicente Dutra e Wilson
Santos. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Clóvis Brum, Cyro Martini e Ervino
Besson.)
O SR. 1º SECRETÁRIO: Sobre a mesa, Requerimento do
Ver. Elói Guimarães, que requer Moção de Repúdio à tentativa de prorrogação dos
mandatos de Vereadores e Prefeitos. (Mandato atípico de 6 anos.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Com a palavra para
encaminhar o Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nós já tivemos a oportunidade de manifestar da tribuna as nossas
preocupações relativamente ao movimento concreto que existe no País no sentido
de prorrogação de mandatos. Vejam, V.
Exas que uma vez conquistada a democracia não há fundamento
para continuarmos a utilizar instrumentos excepcionais que, em última análise,
representam a cassação da cidadania, se não da cidadania na sua plenitude, pelo
menos da cidadania parcialmente que é o direito conquistado do povo de
estabelecer os mandatos populares nos termos estabelecidos. É bem verdade que
há uma preocupação muito séria, muito procedente de se fazer a coincidência
eleitoral. Eu já disse aqui e sustento. Eleição é bom? É bom. É vital para a
saúde da democracia? Sim. Mas nós vivemos, de eleição de dois em dois anos.
Isso desarranja setores da vida brasileira. Então, é preciso, uma vez
conseguida substantivamente a democracia, que nós a regulamentemos no sentido
de estabelecer, de forma racional, a sua execução. Então, fica aí a proposta
que nós vamos ter oportunidade de discutir, porque eu, na qualidade de
Presidente da Associação dos Vereadores do PDT do Rio Grande do Sul, estou
convidando os Vereadores gaúchos para um encontro, em abril, no sentido de
tomarmos uma posição firme contra a prorrogação de mandato, que é um
instrumento filhote dos regimes de exceção. Mas, por outro lado, também
queremos agasalhar a justa pretensão de não fazer eleição de dois em dois anos,
então a proposta é de um mandato, nas eleições do ano que vem, de seis anos.
(Aparte inaudível.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Isaac Ainhorn,
V. Exª, que é um homem que passa pelas urnas, sabe que dois anos é um
despropósito. Não dá nem para pagar as dívidas. Eu estou pagando as dívidas da
minha campanha do ano passado. Então, estabelecermos um mandato de seis anos,
vai fazer a coincidência, em 1988, com as demais eleições de deputados e
governadores e, nos parece, cria um ambiente de estabilidade para que os
governos tenham tempo para organizar a máquina administrativa. Há, inclusive,
questões econômicas ligadas, porque nós temos que enfrentar despesas - nada a
ver com a ideologia da eleição - que uma eleição traz. A eleição traz despesas.
Não é aquele argumento da excepcionalidade: não, não vamos fazer eleição porque
dá despesa. Não é este o sentido, mas temos que reconhecer que eleições trazem
despesas. É a Justiça Eleitoral fazendo toda montagem do pleito. Uma vez a
população se manifestando está perfeitamente atendido o princípio da
democracia: escolher-se excepcionalmente o mandato atípico de seis anos,
especificamente, para eleição e aí escoimamos isto que pretendem jogar em cima
dos Vereadores; o mandato usurpado de mais dois anos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, pelo PFL, o Ver.
Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
eu não pretendia me manifestar, mas não posso me furtar, Ver. Elói Guimarães,
sobre este assunto que estamos tratando porque
a notícia que vai sair é de que os Vereadores de Porto Alegre querem seis anos
de mandato. Então, sou contra a prorrogação, mas esta de pedir seis anos no
próximo, com todo o respeito, Vereador, vamos terminar na imprensa nacional
como os que querem seis anos de mandato. Eu tinha um amigo que dizia que ele
não queria um mandato hereditário, preferia o vitalício, o que não é o nosso
caso, mas acho que a primeira parte da sua proposta está perfeita, agora, a
segunda peca pela imagem da Câmara, e porque sou contra. E V. Exª se não fosse
esta disparidade nas eleições não poderia ter sido candidato nas eleições nesse
interregno. O que vai acontecer se houver a prorrogação ou se houver seis anos
é que o Vereador não poderá, a não ser arriscando o seu mandado, candidatar-se
a Deputado e, pelo que eu sei, 16 ou 17 desta Casa foram candidatos na última
eleição. O Deputado Ibsen Pinheiro, nosso grande amigo e ex-Vereador desta
Casa, já disse que não quer a discussão e a votação das mudanças na
Constituição, porque em 1994 haverá eleições. Ele propõe que isso fosse feito
em 1992, porque nesse ano não haverá eleições. Não sei se foi um ato falho do
Deputado Ibsen Pinheiro, não sei se S. Exª não considera eleições para Prefeito
e Vereador como eleições ou, na verdade, eles já colocaram isso em definitivo
nas suas pretensões, ou seja, não haver eleições em 1992. Finalmente, Ver. Elói
Guimarães, como me preocupo com V. Exª, com meus colegas candidatos e me
preocupo comigo, por favor, Ver. Elói, não diga mais desta tribuna que V. Exª
ficou com dívidas da campanha eleitoral, porque pela Lei Eleitoral o candidato
não pode fazer dívidas, não pode gastar recursos próprios. Quem gasta recursos
nas eleições, diz o TRE, é o Partido. Uma série de candidatos, inclusive
Vereadores, está sendo questionada porque pintou o muro um pouco melhor, outro
porque fez uma mala direta, etc. Enfim, Ver. Elói, foi o PDT que fez as
despesas da sua campanha, conforme manda a legislação eleitoral e conforme os
Srs. Juízes, em reiteradas decisões, têm dito. A gente vê as campanhas de
certos candidatos, todas elas, evidentemente, custeadas pelo partido. Quero
encerrar, Sr. Presidente, dizendo que a origem do mandato de seis anos, em
1972, foi porque os deputados reclamaram que os vereadores, à época, só trabalharam
para eles, vereadores, e não trabalharam para os candidatos a deputado federal.
Agora, eles reclamam que como não estamos na eleição, não trabalhamos para
eles! Acho que temos que discutir muito bem isso para que possamos sair desse
papel que alguns deputados federais querem para nós; simples cabos eleitorais
de Suas Excelências. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver.
João Dib, pela Bancada do PDS. V. Exª está
com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
em 1976 eu fui reeleito Vereador nesta Cidade para um mandato que deveria se
encerrar em 1980. Houve uma prorrogação de dois anos para que houvesse
coincidência nas eleições. E talvez seja eu o único dos Vereadores que tenha recebido
dois anos de mandato gratuitamente. Mas se pretendeu, então, a coincidência das
eleições e em 1982 houve a coincidência. E devo dizer com grande resultado,
porque, agora, neste ano que passou, nós dissemos que a grande avalanche de
votos brancos e nulos era porque o povo não sabia votar e estava votando para
Governador, Senador, Deputado Estadual e Deputado Federal e teria dificuldades.
Não, em 1982, com a coincidência das eleições se votou para Prefeito, para
Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador e Governador e o número
de votos anulados e brancos foi muito menor.
Agora, o que não entendo que
acontece no Congresso Nacional é que quando deram dois anos para fazer a
coincidência, imediatamente na eleição de 1982 eles já fizeram com mandato de
seis anos para não haver coincidência. E agora eles querem a coincidência. Tem
razão o Ver. Artur Zanella quando diz que se pedirmos uma eleição para seis
anos eles possam, na imprensa, mostrar que há gente nesta Casa querendo que os
Vereadores fiquem por mais tempo. Apesar de que, na realidade, o que o Ver.
Elói Guimarães deseja é o repúdio aos dois anos a serem acrescidos, pura e
simplesmente.
Então, eu penso que deveríamos
ficar na proposição de repúdio aos dois anos. E que resolvam como bem entenderem.
E me parece uma colocação correta feita pelo Ver. Zanella, e eu acompanho.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais Vereadores para
encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, requeiro votação
nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação, o Requerimento de
votação nominal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação do Requerimento do
Ver. Elói Guimarães.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Nos termos do
art. 83 da Lei Orgânica e de conformidade com o art. 17 do Regimento Interno, o
Presidente não vota. Porque o Presidente votaria não, mas ele não vota, segundo
o Regimento Interno.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, com todo respeito que tenho por V. Exª, quero discordar da
interpretação de V. Exª, porque o Presidente que não vota é o Presidente da
Casa. E hoje o Presidente da Casa é o Ver. Antonio Hohlfeldt. V. Exª preside
eventualmente os trabalhos, portanto, vota literalmente.
O SR. PRESIDENTE: Respeitando a posição de V. Exª,
eu gostaria de ler o art. 83 da Lei Orgânica que diz o seguinte: “O Presidente
da Câmara Municipal ou seu substituto só terá voto na eleição da Mesa ou em
matéria que exija, para aprovação, maioria absoluta, dois terços, voto
desempate.”
Art. 17: “Se o Presidente estiver
ausente no momento da abertura da Sessão ou dela se afastar durante os
trabalhos, será substituído na ordem.” É o entendimento da Mesa e da Assessoria
da Casa.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu manifesto a estranheza em relação
a essas questões, quando existe um processo de votação em andamento. V. Exª não
poderia justificar se vota ou não vota, porque estava num processo de votação.
Toda essa interrupção é estranhamente discutível. Em segundo lugar, é
entendimento na Casa que a substituição se dá quando o Presidente está na
condição de Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Não o
Presidente eventual dos trabalhos, que pode ser substituído. É diferente o
sentido da Lei Orgânica do sentido do Regimento. O substituído na Presidência
dos trabalhos pelo Regimento Interno não elide do voto. Se tivesse na Mesa, o
Presidente sendo o 1º ou o 2º Secretário, estes votariam normalmente, porque o
quórum, Sr. Presidente, está completo. O Sr. Presidente da Câmara Municipal,
Ver. Antonio Hohlfeldt está na Casa e mais Sr. Presidente da Casa, neste
momento, Ver. Airto Ferronato, a Casa já tem uma posição assente, inclusive
esta matéria já está definida na Comissão de Justiça da Casa há muitos anos,
Sr. Presidente, e não houve mudanças, até porque, V. Exª, se evoca o Regimento
Interno.
E por último, Sr. Presidente, se
V. Exª manter a decisão eu recorro, imediatamente, desta decisão de V. Exª à
Comissão de Justiça da Câmara Municipal.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, V. Exª está
dizendo que é há muitos anos. Nós temos uma Lei Orgânica aprovada apenas há um
ano.
O SR. ISAAC AINHORN: Mas V. Exª está evocando o
Regimento Interno...
O SR. PRESIDENTE: Para definir o que é Substituto,
eis que ainda não existe esta definição em nível de Regimento Interno naquilo
que não foi revogado.
Nós vamos encaminhar esta matéria
à Comissão de Justiça por Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn.
Voto não, porém entendo que a
posição da Mesa estava correta.
O SR. JAQUES MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de reformular o meu voto de abstenção para
sim.
O SR. PRESIDENTE: Vamos seguir então a votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Sr. Presidente, 21 Srs.
Vereadores votaram SIM, 01 Sr.
Vereador votou NÃO e 05 Srs.
Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento.
(Votaram SIM os Vereadores Clóvis Brum, Clovis
Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, José
Alvarenga, José Valdir, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Omar Ferri,
Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Adroaldo Corrêa e Heriberto Back. Votou NÃO o
Vereador Airto Ferronato. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Artur Zanella,
Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros e Nereu D’Ávila.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário
que preceda à leitura da Declaração de Voto do Ver. Artur Zanella.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à leitura.)
(Nota do revisor: o material
referente à Declaração de Voto do Ver. Artur Zanella não se encontra nos apanhados
taquigráficos.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr
Presidente, sempre disse que tem que fazer Questão de Ordem direito, mas não
sei se agora estou fazendo uma, mas acho que não tive a oportunidade, no
momento, de contraditar a posição da Mesa e a própria Questão de Ordem, mas a
leitura dos artigos 17 e 18, do Regimento Interno, elide, no meu entendimento,
qualquer dúvida, quando diz que: “Se o Presidente estiver ausente no momento da
abertura da Sessão ou dela se afastar durante os trabalhos, será substituído
segundo o disposto no § 1º do art. 11 deste Regimento.”
“Parágrafo único - As
substituições referidas no artigo conferem ao substituto autoridade apenas para
praticar os atos e tomar as decisões indispensáveis ao andamento da Sessão,
ficando-lhe expressamente vedada qualquer medida quanto à administração da
Casa.”
“Art. 18 - Nos casos de licença,
impedimento ou ausência do Presidente por mais de cinco dias consecutivos, os
Vice-Presidente e Secretários da Mesa substituí-lo-ão na ordem de sucessão e na
plenitude de suas funções.”
Portanto, é apenas para dar
andamento à Sessão, e não tem as prerrogativas na plenitude que tem o
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: A matéria vai para a Comissão de
Justiça, e há equívoco na interpretação do artigo; o art. 17 diz o seguinte:
“Se o Presidente estiver ausente no momento da abertura da Sessão ou dela se
afastar durante os trabalhos, será substituído segundo o disposto no § 1º do
art. 11 deste Regimento, na ordem, primeiro, segundo, e assim por diante.”
Esta matéria será tratada na
Comissão de Justiça, agora, eu avalio de maneira diferente.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, nesta Questão de Ordem que eu solicito sejam ajuntados os apanhados
taquigráficos para enviar à Comissão de Justiça, requeiro, Sr. Presidente,
também, que sejam enviados à Comissão de Justiça os apanhados taquigráficos da
leitura feita pelo Ver. Dib; e, digo mais, Sr, Presidente, para concluir a
Questão de Ordem, a Lei Orgânica se conforta, no que tange às substituições, à luz
do Livro de Atas da posse do Presidente titular da Casa ou seu substituto
legal. Há um procedimento interno. Segundo, com relação à direção dos
trabalhos, não só como os trabalhos podem ser dirigidos por toda a Mesa, como
também, na ausência deles, pelo Vereador mais antigo. Finalmente, Sr.
Presidente, como a matéria vai para a Comissão de Justiça, nós não temos
dúvidas de que a substituição a que se refere a Lei Orgânica não se dá com o
simples fato de dirigir os trabalhos, mas com a posse solene, escrita em Ata no
livro próprio da Casa.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sob pena de completo atabalhoamento dos trabalhos da
Casa, eu encarecia a V. Exª, que encerrasse esta discussão; é matéria vencida
com Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, A própria Questão de Ordem do Ver. Dib,
que tanto zela pelas Questões de Ordem, foi improcedente, descabida e
inoportuna.
O SR. PRESIDENTE: Apenas para responder à
colocação de V. Exª; essa Mesa entende o seguinte: que está correta. Acontece
que Questão de Ordem, a Mesa tem o dever, por força de regimento, de concedê-la
quando o Vereador solicitar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, V.
Exª já adequadamente remeterá o processo à Comissão de Justiça. Apenas no
sentido de colaborar na discussão com V. Exª: a sede da interpretação da
matéria está no “caput” do assunto quando se fala em Presidente-Substituto. Não
se pode confundir Presidente-Substituto com substituição na direção dos
trabalhos da Casa. Presidente-Substituto importa investidura na substituição da
Presidência da Casa e não na Presidência dos atos da Casa.
O SR. PRESIDENTE: Esta discussão será procedida na
Comissão de Justiça.
O SR. 1º SECRETÁRIO: A Mesa apregoa o Requerimento nº
65/91 apresentado pelo Ver. José Valdir para que seja o Grande Expediente do
dia 6 de novembro de 1991 dedicado a debater o transcurso de mais um
aniversário da Revolução Bolchevique.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos do Ver. João Dib, Jaques Machado, Ervino
Besson e Leão de Medeiros e abstenções dos Vereadores Luiz Braz e Artur
Zanella.
Tendo em vista que não há
condições de darmos prosseguimento aos trabalhos, suspendemos por dois minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 11h09min.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato - às 11h12min): Estão reabertos os trabalhos. Solicito ao 1º Secretário que faça a
leitura do Requerimento do Ver. Artur Zanella.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento do Ver. Artur
Zanella que requer renovação de votação do Processo nº 1939/88, PLL nº 148/88,
Veto Total, com os motivos constantes no mesmo.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, eu pretendo
encaminhar rapidamente este documento e distribuir para todos os gabinetes e
gostaria que não fosse lido.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Para encaminhar, o
Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, de forma rápida,
eu colocaria três pontos neste meu documento. O primeiro é que eu queria
enfatizar o que foi distribuído, que o Poder Executivo, ao vetar este Projeto,
e os vetos são discutidos em cima do que o Sr. Prefeito encaminha, não cabe
perquirir outras coisas. O Sr. Dr. Tarso Genro, então Prefeito substituto,
naquele momento, dizia e diz que o veto é em relação ao art. 8º, § 3º da Lei
Orgânica que dá como privativo do Poder Executivo, do Prefeito, este tipo de
proposição. O art. 8º, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pelo que eu sei, já
foi utilizado outras vezes, da mesma forma incorreta e não fala dos poderes
privativos do Sr. Prefeito Municipal, fala nos poderes privativos do Município
e o art. 2º da Lei Orgânica, que nós aprovamos o ano passado, diz que são
poderes do Município o Legislativo e o Executivo. Logo não há nada de
inconstitucional e inorgânico qualquer Vereador apresentar moções nesta área. E
isso já serviu, repito, como motivos de outros vetos aqui, e há uma incorreção,
os poderes privativos do Sr. Prefeito são do art. 94, e diz o seguinte: art.
94, inciso III, compete privativamente ao Prefeito vetar Projetos de Lei, o que
me parece óbvio não precisava. O art. 77, diz que se o Prefeito julgar o
Projeto no todo ou em parte inconstitucional ou inorgânico, pode vetar. Logo, o
foco da questão é o art. 8º e esse artigo permite aos Srs. Vereadores
apresentar as suas proposições, como todas as outras aqui, e que erradamente a
nossa Auditoria tem colocado como inorgânico e não é. E o segundo, Sr.
Presidente, ao final, é dizer que esteve aqui o Sr. Secretário Municipal dos
Transportes, com quem conversei pessoalmente, estiveram aqui os representantes
das duas empresas na área e que se comprometeram, ao menos comigo, de
apresentar uma alternativa, uma solução até segunda-feira. Então eu peço aos
nobres colegas que permitam esta renovação de votação, porque no momento desta
votação, o Ver. Nereu D’Ávila, que não sabia o que estava ocorrendo nesta
reunião de bastidores, porque o Ver. Nereu não faz parte da CUTHAB, pediu a
inversão da Ordem do Dia, primeiro votar a Ordem do Dia e depois o Grande
Expediente. Não permitiu naquela oportunidade o tempo necessário, porque eu não
estava aqui, estava numa emissora de rádio, que eu pudesse defender o Projeto.
Solicito agora, não apoio ao Projeto, isso ficará para outra oportunidade, mas
a possibilidade de renovação da votação e a possibilidade de que as negociações
com a SMT e com as empresas operadoras continuem. Para aqueles que quiserem,
vou encaminhar ao Sr. Presidente um abaixo-assinado de mais de 300 ou 400
pessoas que pedem uma ligação entre a Restinga e a Lomba do Pinheiro. Sou
grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Encaminha
pelo PDS o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
vou encaminhar uma colocação pessoal, porque a nossa Bancada não tem opinião
formada. Vou encaminhar favoravelmente à renovação da votação. Agora, gostaria
que todas as vezes que um Vereador vem à tribuna e cita um artigo, de repente
leia, também, um parágrafo. Não adianta dizer que o art. 2º da Lei Orgânica do
Município diz: “São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si,
o Legislativo e o Executivo.” É verdade, está escrito! Mas o parágrafo único:
“É vedada a delegação de atribuições entre os Poderes.” E o art. 94 diz que
compete privativamente ao Prefeito, e o Prefeito cita na sua Exposição de Motivos
para o Veto o art. 94 e cita, também, o art. 77. Agora, a sua assessoria é tão
incompetente - e eu não tenho culpa - que ontem aqui veio, depois de toda uma
reunião da Comissão, inclusive com os representantes do PT, dizer que a lei é
cristalina. O partido da teimosia, triunfava a teimosia e não aceitava a lei.
Então, estou pedindo para que os Vereadores, até para não passarem um atestado
para os demais, leiam os artigos com os seus complementos, como, por exemplo, o
caso do parágrafo.
É, o hábito é fazer Questões de
Ordem para colocar ordem na questão como o querido Artur Zanella disse na Rádio
Pampa. É claro que vamos dar oportunidade a renovação de votação e é claro
também que não vão trazer ônibus de gente lá da Restinga para encher o
Plenário, claro que não. É claro também que todos os Vereadores sabem que uma
Questão de Ordem pode ser contraditada e o fogoso Líder do PDT ficou muito
brabo, porque eu disse que tem que ler o artigo e o parágrafo, mas de qualquer
forma vou encaminhar favoravelmente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais encaminhamentos.
Passamos à votação. Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada para
verificação de “quorum”.
O SR. ARTUR ZANELLA: Solicito votação nominal, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de
votação nominal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.)
O SR. AIRTO FERRONATO: Retifico o meu voto
para sim.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Retifico o meu voto
para sim.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Sr. Presidente, 16 Srs.
Vereadores votaram SIM e 07 votaram NÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento do
Ver. Artur Zanella de renovação de votação do PLL nº 148/88.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Artur
Zanella, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João
Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Nereu D’Ávila,
Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha e Heriberto Back. Votaram NÃO os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Gert Schinke, Giovani Gregol,
José Alvarenga, José Valdir e Adroaldo Corrêa.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): O
Requerimento de renovação de votação não deveria ter voto da maioria absoluta?
O SR. PRESIDENTE: Com base no Regimento Interno,
Ver. Dib, sim. Com base na Lei Orgânica, art. 82, não. Orientação da Diretoria
Legislativa.
O SR. ADROALDO CORRÊA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para contraditar o interesse do melhor andamento
do trabalho, do período que está se realizando, diversas formas de
encaminhamento foram tentadas na perspectiva de um novo requerimento ser feito,
ser votado. Até neste momento, e a Lei Orgânica foi promulgada no dia 3 de
abril de 1990, a interpretação do Plenário, e nós tivemos vários negados, é de
que o requerimento de renovação de votação era por maioria absoluta neste
Plenário. E eu não sou daqueles que despreza a história, eu acho que o que
ocorreu no Plenário após a promulgação de adequação da Lei Orgânica é uma
relação objetiva com que os Vereadores fizeram, o resto é a reforma do
Regimento, Sr. Presidente.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu lembro a V. Exª que os vetos eram por 2/3 de voto e
com a alteração da Constituição Federal, sem alteração de Regimento e sem
alteração da Lei Orgânica, esta Casa alterou o “quorum” para a rejeição de
Vetos para maioria absoluta. Neste caso, a Lei Orgânica é absolutamente clara:
renovação de votação não precisa maioria absoluta, porque não está incluída nos
nove casos que estão previstos na página 23, da Lei Orgânica. V. Exª está
absolutamente correto. Mas, gostaria de sugerir a V. Exª, para evitar qualquer
debate, encaminhar isso para a Comissão de Justiça.
O SR. GERT SCHINKE (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu quero colocar esta Questão de Ordem porque acho que a decisão
que acaba de ser tomada coloca em questão uma série de votações. Eu quero
lembrar apenas uma. Eu, pessoalmente, fiz um Requerimento de renovação de
votação sobre o Memorial Chico Mendes, que exigiu 17 votos, conforme o
critério, e obteve 17 votos. Eu acho que a decisão não pode contrariar uma
praxe que vinha sendo adotada pela Casa, no mínimo tem que se fazer uma boa
discussão sobre esse precedente que acaba de ser tomado aqui.
O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós estamos vivendo um hiato entre a entrada em vigor
da Lei Orgânica e a não-elaboração ainda do novo Regimento Interno, que
adaptará as diretrizes da Lei Orgânica. Então, neste momento, pelas opiniões já
manifestadas neste Plenário, nós somos pela manifestação da Comissão de
Justiça, que servirá de parâmetro aos Vereadores desta Casa, porque, sendo
órgão técnico e tendo especialistas do Direito que recomendam um estudo mais
aprofundado, e até para que nós não nos precipitemos, os Vereadores estão
alegando que já havia decisões em contrário. Nós requeremos, então, que esta matéria
baixe à Comissão de Justiça para o seu douto Parecer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas quero, dentro desta questão colocada, dizer que,
examinando a matéria, embora o Ver. Nereu D’Ávila tenha requerido a ouvida da
Comissão de Justiça, eu acho que no texto da Lei ela está suficientemente clara
e a própria Auditoria poderia dirimir isto, não há por que da ouvida da
Comissão de Justiça. Se entender de levar, muito bem. Agora, a praxe, ela só
vige, Sr. Presidente, quando não existe uma norma específica. Agora é clara a
Lei Orgânica e ela, estabelecendo o princípio geral que é a maioria simples da
votação de todas as matérias da Casa e excetua as matérias que exigem maioria
absoluta dos votos e aquelas que exigem 2/3, é claríssimo, Sr. Presidente. Eu
acho até que a Comissão de Justiça pode imediatamente, o seu Presidente, ter o
apoio para definir esta matéria sem sequer ir ao debate maior. Muito obrigado.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu havia formulado uma Questão de Ordem: se não havia necessidade
de 17 votos ou de maioria absoluta e a Mesa informou que não, porque a sua
Assessoria Legislativa disse que não e eu quero parabenizar a Assessoria
Legislativa, porque nós vimos incorrendo em erros até agora, e até dou razão ao
Ver. Gert Schinke, eu tive que buscar 17 assinaturas para conseguir algumas
renovações de votação. Eu acho que agora é profundamente claro, cristalino,
transparente, não tem por que fazer mais coisa nenhuma. O Ver. Zanella teve o
seu Requerimento aprovado.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu acho que é muito sério isto, eu não tenho de memória, mas vou
pesquisar: teve votações importantes que nós, da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, pedimos renovação, não sei precisar, mas vou pesquisar e trazer
isto para o Plenário - conseguimos a maioria simples. Não conseguimos a maioria
absoluta, e não foi renovado, porque se disse que tinha que ter maioria
absoluta. Então, não podemos às vésperas de reformular Regimento fazer
casuísmos. Por que me lembro que todas as vezes que se colocava esta questão,
os doutos em Regimento sempre argumentavam que tinha que ter maioria absoluta.
Inclusive, perdemos renovação de votação, embora conseguindo a maioria, mas não
conseguimos a maioria absoluta em projetos importantes.
O SR. PRESIDENTE: Ver. José Valdir, a Mesa não
aceita a expressão de V. Exª sobre casuísmos, em hipótese alguma.
O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a exemplo do que fez o Ver. Gert Schinke - que há pouco
tempo tivemos na Casa uma ampla discussão sobre a renovação de votação da
matéria que envolvia o sábado-inglês. E ali foi exigida a maioria absoluta. Para
a questão do Ver. Artur Zanella que se trata da renovação de votação de um
Veto, para que o Veto fosse derrubado precisa maioria absoluta. E por uma
questão de bom senso, de lógica, para renovar a votação precisaríamos, também,
de maioria absoluta. Entendo que a matéria deve ir à Comissão de Justiça, sem
me antepor à posição adotada pela Mesa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não pretende cassar a
palavra nas Questões de Ordem, mas gostaria que as seguintes acrescentassem
algo à discussão, para podermos fazer os encaminhamentos.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, data vênia, em respeito ao poder do Presidente
de aplicar a Lei Orgânica, requeiro que esta votação seja tornada nula, e se
possa fazer a discussão na Comissão de Justiça. A questão nova que coloco é que
as Lideranças não estavam suficientemente avisadas que haveria mudanças nos
critérios.
Peço vênia ao Presidente,
para que considere esta falta de aviso prévio, porque realmente mudaram os
critérios e as Lideranças foram pegas de surpresa.
O SR. OMAR FERRI (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, não creio que os critérios tenham mudado. Também não aceito a
palavra casuísmo. A Lei Orgânica é muito clara. Se vínhamos votando
erradamente, nada impede que, agora, se acerte e que o Plenário delibere em
consonância com dispositivos contidos na Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre.
Portanto, tem razão V. Exª, tem
razão a Mesa, tem razão sua assessoria. É totalmente dispensável a manifestação
da Comissão de Justiça e Redação.
O SR. ADROALDO CORRÊA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para registrar nesta Questão de Ordem que o
Plenário quando votou não estava informado para o “quorum” necessário para
votação.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Ver. Nereu D’Ávila fez um Requerimento oral para
encaminhamento à Comissão de Justiça e eu fiz um Requerimento por escrito. Eu
gostaria que, depois de determinadas as Questões de Ordem, esses Requerimentos
fosse votados e encaminhados, ou não, para a Comissão de Justiça. Lembrando ao
Ver. Dilamar Machado que são votações absolutamente diferentes. O Ver. Elói
Guimarães é contra o Projeto e votou a favor da renovação; o Ver. João Dib é
contra o Projeto, votou a favor da renovação. São coisas absolutamente
diferentes. Mas qual dos dois Requerimentos será votado?
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu concordo até que nós vínhamos fazendo de forma equivocada,
agora, corrigir esse erro tem que ser feito de uma forma muito tranqüila, não
pode ser no meio de uma votação como essa. Quer dizer, de repente nós vamos dar
interpretação supostamente correta de uma coisa que estávamos fazendo errado.
Eu acho que tem que haver um debate e mudar, mas ouvidas todas as Lideranças. A
segunda Questão. Quanto à questão do casuísmo, eu acho que se as regras mudam
intempestivamente elas têm um nome, embora possamos usar uma linguagem
eufemística, mas não é o meu caso, eu não uso esse tipo de linguagem.
O SR. PRESIDENTE: Em primeiro lugar, há um
Requerimento do Ver. Artur Zanella para votação, que será votado. Em segundo
lugar, há um Requerimento oral do Ver. Clovis Ilgenfritz que eu gostaria que S.
Exª fizesse por escrito. Em terceiro lugar, este Vereador, como todos os demais
juramos cumprir a Lei Orgânica e o fato de termos errado antes não nos autoriza
a viver no erro. Em quarto lugar, houve uma Questão de Ordem anterior
reconhecida pelos próprios Vereadores e que foi respondida pela Mesa quando
este Vereador não estava na Presidência e que havia dito, já esclarecido que não
havia necessidade dos 17 votos e ninguém levantou qualquer óbice. Portanto, o
Plenário estava esclarecido e neste sentido não houve nenhum casuísmo.
A Mesa não pode, Ver. Clovis
Ilgenfritz, simplesmente anular uma votação. A Mesa pode colocar em votação o
Requerimento de anulação, mas tem antes um Requerimento para encaminhamento da
Comissão de Justiça. O encaminhamento, no entanto, à Comissão de Justiça nos
gera um pequeno problema. Os vereadores sabem que pelo Regimento Interno, e que
não contradiz a Lei Orgânica, aprovado o Requerimento numa Sessão, na Sessão
seguinte deverá haver a renovação de votação. Eu gostaria de ter o
pronunciamento do Ver. Vicente Dutra se a Comissão de Justiça teria condições
de dar o seu Parecer até segunda-feira, pela manhã, para que não se prejudique
a votação da tarde.
O SR. VICENTE DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Comissão de Justiça tem total e absolutas condições
de dar este Parecer até segunda-feira pela manhã.
O SR. PRESIDENTE: Porque a questão que se coloca é
exatamente de nós remetermos à Comissão de Justiça, mas daí com efeito
suspensivo da renovação de votação até termos o Parecer da Comissão de Justiça.
Agora quero afirmar, Srs.
Vereadores, que a Mesa se encontra absolutamente tranqüila quanto ao encaminhamento
dado na interpretação do art. 82. E se errou na renovação do Requerimento do
Ver. João Dib, não pretende repetir o erro nas próximas renovações.
Portanto há dois Requerimentos em
pauta para serem votados. O primeiro do Ver. Zanella e o segundo do Ver. Clovis
Ilgenfritz, que pela própria ordem de entrada serão votados nesta mesma ordem.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o pedido do Ver. Zanella, que consubstancia basicamente
o Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila de ir para a Comissão de Justiça,
necessariamente não precisa ser votado, é automático, V. Exª pode deferir.
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador, não pretendo
deferir como há posições contrárias eu pretendo que o Plenário decida.
Solicito ao Sr. Secretário que
faça a leitura do Requerimento do Ver. Zanella para a votação e requeiro, desde
logo, que seja nominal.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê o Requerimento de autoria do
Ver. Artur Zanella.) “Sr. Presidente, solicito o encaminhamento à Comissão de
Justiça e Redação do resultado da votação do Requerimento de renovação de
votação do PLL nº 148/88”.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário
que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 18 Srs. Vereadores votaram SIM, 02 Srs. Vereadores votaram NÃO e 02 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento do
Ver. Artur Zanella.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Artur
Zanella, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Isaac Ainhorn, José
Alvarenga, Leão de Medeiros, Nereu D’Ávila, Vicente Dutra, Vieira da Cunha,
Adroaldo Corrêa e Heriberto Back. Votaram NÃO os Vereadores Antonio Hohlfeldt e
João Dib. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Giovani Gregol e José Valdir.)
O SR. PRESIDENTE: Aprovado o Requerimento. O processo baixa à Comissão de Justiça e, eu
faço um apelo ao Presidente, Ver. Vicente Dutra, para que convoque a Comissão o
mais rápido possível para termos a decisão antes das 14 horas da segunda-feira.
Requerimento do Ver. Clovis
Ilgenfritz, que não está prejudicado, porque uma coisa é examinar a questão e
outra coisa é decidir sobre o fato concreto. Nos termos regimentais solicita a
anulação do requerimento de renovação de votação do Projeto do Ver. Artur
Zanella.
Em votação o Requerimento.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, indago de V. Exª se cabe o pedido de anulação de
votação?
O SR. PRESIDENTE: O Vereador solicita o que
entender, o Plenário decide sobre o solicitado; qualquer Vereador pode pedir
anulação; não conheço, no Regimento, qualquer item que impeça tal situação.
O SR. ISAAC AINHORN: Não quero dialogar com a Mesa,
mas se V. Exª permitir, diria que se não cabe, se é ilegal, a Mesa tem o poder
de rejeitar qualquer pedido, ou projeto, manifestamente ilegal.
O SR. PRESIDENTE: Só é proibido o que está
explícito, e não existe explicitamente proibido qualquer pedido de anulação, ou
então V. Exª cite o inciso, artigo, parágrafo.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, um Requerimento deve ser formulado, amparado pelo Regimento, ou na
Lei Orgânica, ou nos dois, mas deve ser citado o artigo, parágrafo, e deve ter
exposição de motivos, e a única vez que encontro a nulidade de votação é no
art. 113, Regimento, parágrafo 2º, que diz que é nula a votação realizada sem a
existência de quórum, devendo a matéria ser transferida para a Ordem do Dia
seguinte. É a única vez que o Regimento Interno fala em anulação de votação;
então, me parece que simples declaração na forma do Regimento Interno não dá
condições de tramitação do Requerimento do Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não exigiu citação de artigo,
parágrafo, ao Ver. Zanella, e não fará tratamento discriminatório para outro
Requerimento, se não fará o mesmo com relação ao Requerimento anterior. Nesse
sentido, mantém a decisão de votar o Requerimento. E o Plenário é soberano para
decidir contrário a ele.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): São duas coisas completamente diferentes: o que proponho, é uma coisa
normal, que é um pedido de encaminhamento, mas se é esse o problema, pego o
Regimento Interno e lhe dou o número; agora, nunca tinha visto um pedido de
anulação sem indicar motivo, justificativa, e o número do artigo, seja lá o que
for, inciso, do Regimento Interno, ou da Lei Orgânica, que permita pedir a
anulação da votação; o que o Ver. Clovis, eventualmente, poderia pedir era
anulação da decisão do Presidente, mas não da votação que foi feita de forma
perfeita, com Requerimento meu, indicando o artigo, enfim, tudo aquilo que a
legislação determina.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, ao que me consta, quando não há tempo hábil, no
encaminhamento pode ser feita a justificativa da tribuna. Posso fazer o
encaminhamento, como autor, mas, independente disso, as instruções que recebi
foram essas. Não sou um regimentalista. Agora, se isso for causar muita
polêmica, igual à sexta-feira passada, retiro o meu Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: Os trabalhos estão suspensos
para consulta à Auditoria.
(Suspendem-se os trabalhos às 11h53min.)
O SR. PRESIDENTE (às 11h55min): Estão reabertos os
trabalhos. A Mesa indagou à Auditoria e obteve a seguinte informação em relação
se existe explicitamente alguma indicação no Regimento ou na Lei Orgânica que
impeça o pedido de anulação. A Auditoria informa que não existe. Nesse sentido,
mantém-se o Requerimento, a não ser que o Autor o retire. As defesas serão
feitas pelas Lideranças ou pelo Autor, na tribuna.
O Sr. Ver. Vicente Dutra está
inscrito. S. Exª está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver.
Clovis Ilgenfritz de anulação da votação do Requerimento de renovação de votação
do PLL nº 148/88, do Ver. Artur Zanella.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
entendo que o Requerimento do Ver. Clovis Ilgenfritz é totalmente improcedente,
porque S. Exª alega, segundo entendi pela manifestação da tribuna, de que está
requerendo a anulação daquela votação, visto que os Srs. Vereadores decidiram
sem ter conhecimento da forma de votar a matéria.
Nós podemos até consultar os
Anais, foi isso que eu ouvi de S. Exª e como não estávamos informados dessa
exigência da não necessidade da maioria absoluta, por desinformação votaram
errado. Ninguém pode alegar no Direito a desinformação para anulação de
qualquer ato perfeito e a votação foi um ato jurídico perfeito. Ninguém pode
alegar que, por não estar informado, tenha que anular. Cada cidadão tem que
estar informado e, particularmente, os Vereadores têm que saber de fio a pavio
o Regimento Interno e a Lei Orgânica ou pelo menos na hora consultá-la. Não há
o que fazer, não há como fazer uma comparação entre o Requerimento do Ver.
Artur Zanella que pede o encaminhamento à Comissão de Justiça de uma matéria
que era, evidentemente, polêmica, o Plenário dividido. É evidente que as
matérias polêmicas podem e devem ser deslindadas pela Comissão de Justiça,
porque eles têm amparo regimental. A Comissão de Justiça já funciona e é
prática usual da Casa para deslindar esses litígios, particularmente, esses
acontecidos em Plenário. O Ver. Artur Zanella estava totalmente amparado, já o
Ver. Clovis Ilgenfritz não tem amparo, ele não indicou o Regimento e não pode
alegar que a anulação deve ser feita porque os Vereadores estavam desinformados
e os juristas sabem aqui que ninguém pode alegar desinformação quando se trata
de um ato jurídico perfeito. Eu até apelaria ao Sr. Presidente que esta matéria
não poderia nem ser recebida pela Mesa. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PT o Ver. Clovis
Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nós poderíamos tentar aqui fazer todo um retrospecto da votação
deste Projeto na Sessão de hoje, mas o que consta para nós e a desinformação
existe, no nosso entender, e essa desinformação podemos alegar, porque se
votou-se até a última Sessão qualquer renovação de votação tinha que ter
maioria absoluta de 17 votos e hoje não consta no espelho, não consta em lugar
algum e não foi feita a verificação de “quorum” para uma votação que precisava
maioria absoluta, qualquer Bancada teria no meu entender, como eu estou
pedindo, o direito de pedir a nulidade de uma votação, cujas Bancadas foram
pegas completamente de surpresa, não sabendo, durante a votação, se ela
necessitava ou não maioria absoluta. Eu acho um absurdo, nós precisamos ter
coerência, Srs. Vereadores, o que estou pedindo é isso. Vamos chegar à conclusão
de que, por decisão desse Plenário, de agora em diante a Lei Orgânica tenha
aplicação direta. Não tem mais que fazer novo Regimento, o que estiver na Lei
Orgânica se auto-aplica. Tudo bem, vamos aplicar em todos os níveis, não só
neste aspecto, por que até a última votação tinha que ter 17 votos e alguns
projetos do Executivo foram perdidos. Eu não estou criticando a Mesa, acho que
ela está colocando em prática um dispositivo legal. O que estou dizendo é que
esta colocação deveria ter sido feita previamente para a Câmara e para o
Plenário. Esse é o meu apelo. Se é nulidade ou não, são questões que a nível
jurídico podem ser resolvidos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Abertas as inscrições para
encaminhar pelas Lideranças. Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn, pelo PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
a questão é clara, é cristalina. O princípio geral de Direito, presente na Lei
de Introdução a todos os códigos, é clara, ninguém pode alegar desconhecimento
da Lei para não cumpri-la. Declaração de nulidade de votação só cabe num caso
específico que o Regimento Interno contempla, que é o caso de votação feita sem
“quorum”. Em segundo lugar, também poderia caber em casos em que houve violação
expressa de disposição de Lei. Mas simplesmente declarar nula uma votação sob o
argumento de que os Vereadores não foram informados do teor da Lei, Sr.
Presidente. É verdadeiramente um absurdo.
Acho que em votação o que
acontece é o seguinte: a votação é feita e o Presidente dos trabalhos declara
se aquele projeto, requerimento ou pedido foi aprovado ou não. Evidentemente a
partir da interpretação que tem da lei ele diz que aquele presente projeto está
aprovado ou não, o resto se constitui num verdadeiro absurdo. Acho que está
clara a posição da Mesa, ao ponto de dizer que dispensaria até a ouvida da
Comissão de Justiça, e eu não tenho dúvida de que ela vai votar na unanimidade
pelo voto do relator que vai dizer que não precisa mais de maioria absoluta
para renovação de votação. E mais, Sr. Presidente, há um risco muito grande de
se criar aqui nesta Casa... Sr. Presidente, quero que V. Exª desconte do meu
tempo as interrupções anti-regimentais que estão sendo feitas neste momento ao
meu discurso.
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 12h02min.)
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt - às 12h04min): Solicitamos aos Srs. Vereadores que não confundam o respeito que esta
Presidência tem com as decisões do Plenário, com a falta de respeito em relação
ao Presidente.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu acho, Sr. Presidente, que a
Presidência dos trabalhos a partir de hoje colocou as coisas nos seus devidos
lugares, e a partir de hoje, quando ela interpretou corretamente, leu, sequer
interpretou, leu corretamente a Lei Orgânica da cidade de Porto Alegre,
dispensou-se, Vereador, aquela maioria absoluta. É ler a lei, às vezes as
coisas estão tão claras que as pessoas não vêem porque tem claridade demais, só
pode ser isto. Eu quero dizer, Sr. Presidente, que eu pessoalmente, quando
apoiei o pedido de renovação de votação em relação ao sábado-inglês, também
pensava que eram 17 Vereadores na votação e nos equivocamos, era bem mais
fácil, Ver. José Valdir, conseguir, não precisava sequer o esforço de
conseguirmos 17 Vereadores, a argumentação, felizmente se conseguiu mais de 17,
mas até com menos de 17, desde que fosse votado pela maioria absoluta dos Srs.
Vereadores e dando maioria simples, hoje se resolveria a questão, o problema é
que nós não tínhamos até talvez lido aquilo que nós fizemos...
(Aparte anti-regimental.)
O SR. ISAAC AINHORN: V. Exª não tem que desconfiar
dos doutores. Eu quero dizer, que no caso inegavelmente está clara a questão, e
não há por que se falar sob hipótese alguma em declaração de nulidade, porque
só se anula algo que foi violação expressa a texto de lei, se houvesse uma
eventual fraude culposa, muito mais dolosa em relação à forma que aconteceu.
Mas não houve. A votação foi clara, apenas foi por maioria simples, e a Mesa
declarou aprovada porque não precisa maioria absoluta. É evidente, é claro e
cristalino. Agora, abrir um precedente da declaração de nulidade de votação,
isto é extremamente perigoso para o Legislativo da cidade de Porto Alegre. Eu
não sei o porquê V. Exª, Ver. Clovis Ilgenfritz, está preocupado tanto com uma
simples renovação de votação...
(Aparte anti-regimental.)
O SR. ISAAC AINHORN: Acho que quem está fazendo
“trampa” é Vossa Excelência. E V. Exª tem que ter respeito, porque V. Exª. não
sabe nem ainda legislar e está incorrendo em erro, está “pisando na bola”,
Vereador. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O art. 113 do Regimento Interno
diz que na votação simbólica o Vereador que estiver a favor da proposição
permanecerá sentado. Parágrafo 2º: “É nula a votação realizada sem a existência
de quórum, devendo, a matéria, ser transferida para a Ordem do Dia seguinte.”
Em nenhum lugar do Regimento diz que existe apenas esta situação de nulidade;
em nenhum lugar do Regimento diz que se proíba, a um Vereador, de requerer
nulidade. O Plenário é soberano, o Plenário vota sobre a matéria requerida. A
votação do Requerimento sequer foi simbólica, ela foi nominal e, portanto, está
excluída do art. 113.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Nobre Ver.
Presidente, eu levantei, em Questão de Ordem, que o Regimento Interno e que a
Lei Orgânica não contemplavam a figura da anulação da votação, que a única vez
que falava em nulidade, era no art. 113, parágrafo 2º, que seria por falta de
“quorum”. Claro que tendo sido nominal, não poderia se declarar falta de
“quorum”. A figura que se expressa, no caso, e que caberia, era a renovação da
votação, porque se o Regimento diz como se faz, para que se torne sem efeito
não anulando e, sim, renovando a votação. E foi o que aconteceu. Não existe a
figura da anulação da votação.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, pode não existir
a figura da anulação, existe a figura do Requerimento e a Mesa não pode se
negar a colocar um Requerimento, salvo inconstitucionalidade ou inorganicidade
e não existe. V. Exª me cite o artigo que impede.
Em votação o Requerimento do Ver.
Clovis Ilgenfritz. Eu requeiro a votação nominal, para evitarmos problemas
futuros.
Com a palavra, o Sr. 1º
Secretário.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos
Srs. Vereadores para votação.) Sr. Presidente, 08 Srs. Vereadores votaram SIM e 14 Srs. Vereadores votaram NÃO.
O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Requerimento.
(Votaram SIM
os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gert Schinke,
Giovani Gregol, José Alvarenga, José Valdir e Adroaldo Corrêa. Votaram NÃO os
Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Dilamar Machado, Ervino Besson,
Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Machado, Mano
José, Nereu D’Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo e Vicente Dutra.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa orienta os Srs.
Vereadores no sentido de que por enquanto está aprovado o Requerimento da
renovação de votação, vai à Comissão de Justiça que se pronunciará até
segunda-feira. A renovação está na Pauta para segunda-feira. Peço a atenção dos
Srs. Líderes: o Parecer da Comissão de Justiça será votado, precedentemente à
votação da matéria em si. Dependendo do Parecer e da posição do Plenário, a
matéria será mantida na Pauta ou haverá anulação daquela votação ocorrida na
manhã de hoje.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr.Presidente, embora entendendo que é uma questão de encaminhamento,
de interpretação do Regimento, gostaria de ouvir a posição da Mesa. Embora
entendendo que o Presidente, nesta matéria não vote, gostaria de saber se V.
Exª vota nesta matéria ou não, a que acabou de ser votada, por que como ela
dispensa a maioria absoluta, pessoalmente, entendo que V. Exª só votaria em
caso de empate, art. 83 da Lei Orgânica. Em razão do que, peço esclarecimento à
Mesa.
O SR. PRESIDENTE: V. Exª retorna à Questão de
Ordem levantada anteriormente de maneira que me abstenho, neste momento,
esperando a posição da Comissão de Justiça.
Peço que o Sr. Secretário leia os
outros Requerimentos que ainda temos para votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver.
João Dib, de Votos de Congratulações com a Televisão Guaíba e com a Sociedade
Gondoleiros, pelo transcurso de seus aniversários de fundação; de autoria do
Ver. Nereu D’Ávila, Voto de Pesar pelo falecimento de Emília Santa Monteiro
Ribeiro.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Nereu
D’Ávila para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
transcorre hoje o Dia Internacional da Mulher, mas ontem a Câmara de Vereadores
prestou uma homenagem à mulher, com a participação da Bancada do PDT, através
de um brilhante discurso da Verª Letícia Arruda que falou em nome da Bancada do
PDT. Outros acontecimentos em relação a este dia tão importante estão
acontecendo. A Ordem dos Advogados do Brasil, também comemorando o Dia
Internacional da Mulher, nomeou uma Comissão de estudos dos direitos da mulher,
ontem, e essa Comissão tem os seguintes nomes: Diretoria: Ecilda Gomes Haensel;
Terezinha Irigaray; Helena Pacita Garrido; Mirian Rosane C. de Souza; Maria
Glória Sarturi; Carmem Lúcia I. Dias; Amandina Aquines e Noemi Cabeleira
Machado. Essa Diretoria da qual saiu Presidente a Drª Ecilda Haensel e
Vice-Presidente a ex-Vereadora Terezinha Irigaray, nossa particular amiga, a
quem prestamos, neste momento, não só pelo Dia Internacional da Mulher, mas
também por este importante acontecimento, as nossas homenagens.
Queremos ressaltar do discurso
alguns tópicos da Drª Ecilda, recém-empossada, Presidente desta importante
Comissão de Estudos que vai naturalmente defender os direitos da mulher, algo
que nos chamou a atenção. Ela, ontem, a uma certa altura referiu-se sobre a
discriminação da mulher, ela referiu também o seguinte trecho: “Pasmem, a mais
flagrante das discriminações porém é desencadeada por mulheres quando ascendem
ao mando. Organismos especializados das Nações Unidas concluíram haver insegurança,
falta de lanheza quando as mulheres são as mais ferozes perseguidoras de suas
semelhantes. Tantos quanto eu têm abordado estas questões, insistir é
repetitivo, por isto, se não fosse haver recebido o jornal das Nações Unidas
com a notícia de que os direitos femininos continuam sendo passados por alto em
todo o mundo, os relatórios mostram que prosseguem as violações inclusive na
Europa e Estados Unidos. Somente um punhado de países: Cuba, Dinamarca,
Finlândia, Noruega e Suécia alcançaram excelentes condições de qualidade de
vida social para a mulher.” Diz ela depois: “Não nos afastaremos do programa
circunscrito a três áreas de trabalho, a saber: estudo do anteprojeto do Código
Civil na área especifica do Direito da Mulher, que será desenvolvido pela Drª
Rejane. Conscientização, Respeito à Cidadania para ascensão aos Poderes
Estatais, pela Drª Terezinha Irigaray, e Integração da Advogada à Comunidade da
Classe, área da própria Diretoria.” Para concluir - diz a Drª Ecilda - “hoje,
Dia Internacional da Mulher, homenageamos as pioneiras do Direito, que são:
Debora, a primeira juíza que em Israel julgava à sombra de uma palmeira;
Garfânia, com o nome escrito no corpus júris civilis; Amésia, Cencia e
Hortência na Antiga Roma, a Dona Maria José de Mendonça Figueira de Azevedo a
quem D. João VI fez mercê em 1808, do ofício e escrivã das execuções da vila e
comarca de Sabará, em Minas Gerais; Amirtes Gomes de Campos, primeira advogada
a registrar diploma em 1899 e ingressar no Instituto dos Advogados do Brasil,
em 1906; a Drª Isis Pottof Corrêa Lopes, primeira advogada inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – do Rio Grande do
Sul; Drª Rosah Russomano, primeira advogada a ingressar no Instituto dos
Advogados do Rio Grande do Sul e as homenageadas de hoje, por V. Exª, Sr.
Presidente.”
Com a leitura do discurso, eu
encerro, homenageando o Dia Internacional da Mulher, ontem, suplementando com
estas palavras. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDS. Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
o diligente Ver. Artur Zanella me mostra o Jornal Zero Hora, onde o Jair
Meneghelli, Presidente da CUT, diz que a sua mulher só pode parar após o
almoço. Se não, ele fica sem comer. Já que o Ver. Nereu D’Ávila estava falando
sobre a homenagem ontem prestada, o Ver. Zanella também se solidariza e pede
que o Jair Meneghelli trate a mulher dele com muito mais carinho, e não como
cozinheira, só.
Mas, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é profundamente difícil manter um relacionamento com a
Administração Popular. De popular não tem nada, porque este Vereador, há três
dias atrás, pediu ao Líder do PT que fosse convidado o Secretário de
Administração e o Secretário da Fazenda para que pudessem, juntamente com os
Vereadores, com as Lideranças, com o SIMPA, esclarecerem para nós tudo o que
está acontecendo com o salário do funcionalismo, os 31% que, de repente, tem
mais 67% para ser pago, retroativo a janeiro, porque eles não nos mandam os
balancetes esclarecendo as posições da Prefeitura. Depois que mandaram,
disseram que estava tudo errado! Como é que o Vereador, que não tem um
computador, vai poder acompanhar. Nem o Ver. Airto Ferronato, que tem um
computador, vai poder acompanhar? Nem o Ver. Ferronato, que tem um computador,
acompanha todos aqueles números. E depois dizem que está tudo errado. Então, na
realidade, é difícil. Eu pedi uma audiência para uma pessoa que tem um
problema, pequeno é verdade, mas também não me informaram.
Ontem, compareceu aqui a
Substituta da Secretária de Educação, mas, no meio da Sessão, teve que sair
porque tinha que participar de um seminário e deixou a sua representante. E a
representante disse que era colocação do Governo que os professores
prejudicados, e toda a Comissão de Educação reconhecia que os professores
tinham direito, que, na forma de uma emenda, que o Ver. Flávio Coulon fez, os
professores não teriam direito. A convocação de funcionários para o Regime
Especial de Trabalho deverá ser por período de até dois anos, prorrogando-se
automaticamente, salvo manifestação em contrário do funcionário. E aí ela quis
enquadrar o professor aqui, porque numa análise, que não foi assinada; foi uma
análise feita para o Secretário examinar a lei: se vetaria ou não; e não foi vetado,
tanto que a proposição do Ver. Flávio Coulon é apresentada. Então, aqui a
Emenda nº 6 altera parte do art. 42, a redação final, alterando a expressão
“salvo manifestação em contrário das partes” por “salvo manifestação em
contrário do funcionário”; quer dizer, dando validade às posições da Comissão
de Educação que tem um projeto assinado pela unanimidade dos seus componentes.
Mas, como nós tínhamos um detalhe final, nós pedimos àquela Secretária,
representante da Administração Popular, que, até ao meio-dia de hoje, nos desse
uma posição: Se o Prefeito nos recebe? Se pode receber os professores? Também
não recebemos nada de parte da Administração Popular. A Câmara se reúne; os
Vereadores quase sofrem uma insolação numa sala com trinta e poucos professores,
uma sala de dez metros quadrados e a Administração Popular não se digna a
remeter para esta Casa uma colocação, dizendo que é contra, que vai receber, ou
não vai receber, por que nós vamos brigar e a partir de segunda-feira a briga
vai ser muito séria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PT, Ver.
Adroaldo Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o Partido dos Trabalhadores também concorda em que os gestos, até
de dirigentes, em relação às mulheres, até do nível de Jair Meneguelli,
Presidente da CUT, devem ser criticados. Aliás, o respeito às mulheres se faz
na prática e não com discursos e é esse o objetivo da nossa militância e a
homenagem neste 8 de março a uma luta significativa de conquista ascendente de
direitos pelas mulheres em relação aos demais seres humanos, por que é disto
que se trata, do respeito ao ser humano de não ser discriminado em função de
raça, cor, religião, sexo ou até idade. É por isto que se fazem as homenagens,
as lutas e as campanhas, que as jornadas diversas se realizam hoje, neste dia,
no mundo inteiro. Esta é uma questão. A outra, que gostaríamos de salientar
neste espaço de Liderança, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é de que as
divergências políticas e de encaminhamento que nós temos nesta Casa não são em
nada pessoais e não significam desrespeito a qualquer um dos que aqui coordenam
as atividades, seja pela Liderança dos Partidos, seja pela Mesa Diretora, pela
Presidência da Casa. São divergências de fato que devem ser colocadas, no
momento apropriado e, às vezes, até anti-regimentalmente, quando se perde a
condição de que o Regimento seja acompanhado. Por que estávamos até mudando uma
praxe regimental anterior em função de um entendimento novo, para um entendimento
correto dizemos. Só que, talvez, não oportuno. Então, se era uma mudança de
Regimento, até um comportamento anti-regimental pode ser admissível,
eventualmente. Corretamente, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos, do ponto
de vista de aplicar a norma regimental da tranqüilidade e ordem para o
encaminhamento das questões. Terceira questão: ocorreu de certa forma um
“imbróglio” nessa discussão das linhas propostas pelo Ver. Arthur Zanella, num
Projeto, à região da Zona Sul. Nós temos um encontro com a comunidade, feito em
várias reuniões, em um seminário, Ver. João Dib, essencial para a participação
comunitária, não por delegação, mas por participação de fato, que estudou
formas e formas de reformar as linhas de transporte da Zona Sul, e apontou direções,
linhas inter-bairros, linhas que não venham todas ao Centro, mas que permitam,
com uma única passagem, a troca para o bairro e a vinda ao Centro, mais
comodidade, mais velocidade. Não se retira daí, mesmo que o Ver. Zanella não
tenha contribuído, efetivamente, como poderia, ou mais até, com as discussões,
a possibilidade de o Ver. Zanella apresentar projeto que altera, ou propõe
novas linhas de transporte na Zona Sul. Mas existe um seminário, uma vontade
legislativa, muitos Vereadores participaram desse debate com a comunidade da
Zona Sul, cito os Vereadores Ervino Besson, Heriberto Back em vários destes
debates, e o Ver. Zanella deve ter participado com a sua área de apoio, mas não
fez presença no seminário de lançamento e outros de que participei. Outra
questão é que pedimos o prazo, e concordamos, por isso, eu e o Ver. Clovis
Ilgenfritz nos abstivemos na votação do mérito do projeto, porque na CUTHAB, da
qual o Ver. Zanella é Presidente, foi pedido um prazo para que, no interesse
dos proprietários, junto com a SMT, consultando a comunidade, através de
abaixo-assinado, pudesse ser resolvida a questão, que sequer necessitasse de
lei. O Ver. Nereu veio aqui, estava em Ordem do Dia o Projeto, pediu a votação,
inclusive mudando a ordem dos trabalhos daquele dia, e aí começamos a nos
envolver com o mérito do Projeto. Hoje votamos contra, quem pediu a urgência da
votação, porque mudou a ordem dos trabalhos, e o Vereador-Autor queria
protelar, acabou votando hoje pela renovação; quem queria prazo, acabou votando
contra a renovação; quem achava que era 17, entendeu que era 11, quem achava
que era 11, entendeu que era 17. Nada muito planejado. Pode ter sido resolvido,
dentro do momento, pela melhor regra, pela satisfação dos interesses da Casa
que tem que estar de acordo com a Lei Orgânica. Agora, numa alteração
regimental, e esse é um pedido que a Bancada do PT faz à Mesa, não ao seu
parceiro de Bancada, Ver. Antonio, mas ao Presidente e à Mesa dos trabalhos, se
vamos fazer uma alteração regimental de importância, comunique-se ao conjunto
das Lideranças, não é que a gente não tenha a informação, é que nós temos um
hábito, viemos até este momento com 17, passaremos a votar com 11. Até podemos
aceitar. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, solicito
verificação de “quorum”.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que
proceda à verificação de “quorum”.
O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal.) Há
11 Vereadores presentes, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, este Vereador
solicita o Tempo de Presidência.
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Com a palavra
o Ver. Antonio Hohlfeldt, em Tempo de Presidência.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente dos
trabalhos e Srs. Vereadores, muito especialmente o companheiro Adroaldo Corrêa,
não pela Mesa, mas em meu nome pessoal, qualquer crítica que V. Exª tenha,
solicito que a faça no âmbito da Bancada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Passamos à
PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0130/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 011/91, de autoria do
Ver. Gert Schinke, que dispõe sobre incentivo fiscal para a realização de
projetos culturais, no âmbito do Município de Porto Alegre.
PROC. Nº 0206/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 014/91, de autoria do Ver.
Mano José, que torna obrigatória a instalação de cintos de segurança nos
veículos licenciados para operar no Serviço de Transporte Escolar e dá outras
providências.
PROC. Nº 0548/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 031/91, de autoria do Ver.
Décio Schauren, que denomina Rua Alexandre Camaquã um logradouro irregular.
(Vila Esmeralda)
PROC. Nº 0593/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 005/91, de autoria do Ver.
Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito aos Bacharéis
Gesner Vianei Albuquerque Vasconcelos, Luiz Irineu Albuquerque Vasconcelos e
Justino Albuquerque Vasconcelos.
PROC. Nº 0140/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 012/91, de autoria do Ver.
Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a fabricação, comércio e uso de artigos
pirotécnicos e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 0125/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/91, de autoria do Ver.
Elói Guimarães, que dispõe sobre o serviço de “Salva Vidas” no Município de
Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. Nº 0464/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/91, de autoria do Ver.
Dilamar Machado, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao
Jornalista Melchiades Stricher Filho. URGÊNCIA.
PROC. Nº 0525/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 007/91, de autoria do Ver. José Valdir, que regulamenta o art. 250 da Lei
Orgânica do Município e dá outras providências.
PROC. Nº 2583/90 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 173/90, de autoria do Ver.
Cyro Martini, que denomina Rua Antônio Manoel da Rosa um logradouro público.
(Bairro Jardim Itu-Sabará)
PROC. Nº 0092/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/91, de autoria do Ver.
José Valdir, que institui o Sistema de Informação Popular na Prefeitura
Municipal de Porto Alegre.
PROC. Nº 0290/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/91, de autoria do Ver.
Isaac Ainhorn, que institui, no Município de Porto Alegre, a comercialização
antecipada de passagens do transporte coletivo público urbano.
PROC. Nº 0507/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 027/91, de autoria do Ver.
Leão de Medeiros, que denomina Av. Sen. Daniel Krieger um logradouro público.
(Bairro Jardim Itu-Sabará)
PROC. Nº 0546/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 030/91, de autoria do Ver.
João Bosco, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao
advogado e político Mathias Nagelstein. URGÊNCIA
PROC. Nº 0123/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/91, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, que regulamenta o art. 111 da Lei
Orgânica do Município e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Inscritos para Pauta o Ver.
Isaac Ainhorn. Ausente. Ver. Adroaldo Corrêa. Desiste. Ver. Artur Zanella.
Ausente. Ver. José Valdir. Desiste.
Passamos ao período de
EXPLICAÇÃO PESSOAL
Inscrito o Ver.
Isaac Ainhorn. Ausente. A palavra com o Ver. Adroaldo Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, em especial aos Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
a reunião da Bancada será hoje às quatorze horas e trinta minutos, conforme
previamente anunciado.
Eu estou aqui em Explicação
Pessoal, tendo em vista os episódios verificados nesta Casa no dia de hoje,
para falar o que falei em Liderança. A questão expressiva para o Partido dos
Trabalhadores que é o Dia Internacional da Mulher. Obviamente e tendo
registrado o que registrei até em confronto a uma posição do líder da CUT,
Sindicalista Jair Meneguelli, não tenho, à exceção desta questão, que me parece
razoável, de ponderar nesta data, qualquer oposição de que hoje seja Presidente
da Central Única dos Trabalhadores o dirigente eleito para esta função. Temos
posições divergentes, assim como no Partido dos Trabalhadores resolvemos por
votação e temos o Congresso da CUT este ano. Isto pode pesar. Muitos dos
delegados ao Congresso são mulheres e isto pode pesar na indicação de um
representante máximo da classe trabalhadora numa entidade sindical e é
importante que o próprio sindicalista faça uma referência pública a isto num
posterior momento, se o que a imprensa registrou corresponde ao que disse. Eu
sempre ressalvo estas questões - até por que sou profissional de imprensa -
porque eventualmente uma frase mal pega no ar, pode levar alguém a uma
conclusão precipitada. Mas, realmente, nas lideranças existe isto dentro do
movimento feminista internacional; esta compreensão, nas lideranças dos
processos sociais às vezes não estão incorporadas todas as lutas específicas
que devem fazer aquelas mudanças e é por isto que se constituem os movimentos
específicos e é por isto que, antes da transformação de uma sociedade existe
uma movimentação contra a discriminação racial, contra a discriminação da
mulher, um defesa dos direitos dos cidadãos em todos os níveis, mas em
particular contra as discriminações no geral, dessas que são setores, às vezes,
majoritários na sociedade e discriminados do ponto de vista do processo
produtivo, da cidadania e do processo social. Isto, o dia 8 de março revela,
assim como o dia 1º de maio revela em relação aos trabalhadores em geral, assim
como o dia 20 de novembro, aqui nesta tribuna marcamos já por dois anos
seguidos e pretendemos marcar este ano, a questão racial que é assinalada.
Ainda gostaria de dizer da importância de separar os processos sociais da
conseqüência deles. Todos aqui são unânimes em dizer que em determinado momento
da história são justos do ponto de vista do que se realizem as revoluções
sociais, as tentativas de acertar em processos em determinado país. Uma coisa é
inegável, falo especificamente na revolução dos trabalhadores liderada pelo
partido bolchevique na União Soviética, antes a Rússia, em 1917. Uma coisa é o
processo histórico que redundou na tomada do poder pela classe trabalhadora das
cidades, aliadas aos camponeses e a outros setores médios daquela época. Outra
coisa é o Estado que se constituiu. Várias de suas lideranças têm críticas, já
desde o primeiro momento, de como se constituiu este Estado, como esta
burocratização chegou ao processo inaugurado pela Revolução Bolchevique, a dos
Conselhos Populares, que naquela língua russa se chama soviéties. Então, nós
acreditamos que a discussão da organização popular, da história das lutas dos
trabalhadores tem uma importância. Ligá-la automática e mecanicamente a um
resultado de governo dez anos, vinte anos posterior ao eclodir desse fato
social é uma temeridade histórica. Por isso, debater, por isso assinalar, por
isso ter respeito às conquistas que estão hoje na sociedade moderna de todos os
trabalhadores, jornadas menores, respeito ao trabalho da mulher, o impedimento
do trabalho da criança antes dos 14 anos, esse tipo de situação é uma conquista
do movimento social dos trabalhadores, consolidadas em 1917 na Rússia. Mas de
todos os trabalhadores do mundo inteiro, até antes de 1917 na Rússia, porque
existia movimento operário na Inglaterra de qualidade, existia movimento
operário nos Estados Unidos de qualidade e existia, inclusive no mesmo ano de
1917, uma greve de trabalhadores no Brasil, que foi conhecida como a primeira
greve geral dos trabalhadores, esta em si, um direito conquistado no Brasil.
Nós acreditamos que esta é uma ascensão histórica da movimentação e organização
dos trabalhadores. Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância de mais um
tempo. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Artur Zanella. Ausente. Com
a palavra o Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Venho mais uma vez a esta
tribuna, responder à questão levantada pelo Ver. João Antônio Dib, que, com a
habilidade que tem, fica sempre na periferia das coisas, no superficial e não
aprofunda a discussão. Efetivamente os professores que tiveram regime especial
estão reivindicando que este regime por Lei deve ser renovado. E eu sou um dos
que defende que legalmente é isto mesmo e, por isso, apoiei o Parecer do Ver.
Vieira da Cunha. Agora aí começam as nossas diferenças, porque, em primeiro
lugar, se tentou dizer aqui que a culpa era do Prefeito Olívio Dutra, porque no
Estatuto do magistério quem propôs esta alteração foi ele. A aparência das
coisas é essa. O que o Olívio fez, foi exatamente adaptar uma norma criada pelo
Prefeito Alceu Collares, ao apagar das luzes do seu Governo, para o Estatuto do
Funcionário Público. O Olívio simplesmente copiou o mesmo dispositivo para a
Secretaria de Educação, para o Estatuto do Magistério. E até por que, se não o
fizesse, o Ver. João Dib, que é extremamente legalista, seria um dos que
pediriam o impeachment do Prefeito por não cumprir a Lei e talvez fosse
apoiar os professores que certamente iriam reivindicar um tratamento
igualitário, isonômico. Por que uma Secretaria iria ser diferente das outras?
Por que o Estatuto do Magistério iria ser diferente do Estatuto do
Funcionalismo? O Olívio, inclusive, copiou os mesmos termos, ipsis verbis; tratamento isonômico.
Acontece que eu entro no mérito dessa Lei. Essa Lei é um absurdo, porque ela
acaba com o concurso público, que é uma bandeira que os professores defendem a
nível nacional; ela acaba com o concurso público, pois diz, que de um professor
que ganhar o Regime Especial por um dia, ninguém mais pode tirá-lo.
Ontem, na reunião, eu fiz a
pesquisa. Perguntei aos professores e todos eles tinham feito concurso, só que
o concurso não vai valer de nada, porque eles podem entrar pelo Regime Especial
e os outros, que também já têm 20 horas na escola e fizeram concurso - para
pleitear mais 20 - que podem ter obtido classificação melhor, jamais serão
nomeados, porque na frente deles vão entrar colegas com uma classificação
inferior devido ao expediente da renovação automática do Regime Especial. Nós
não queremos fazer essa maracutaia. Se nós quiséssemos, seria muito fácil
manter essa Lei, pois quando saíssemos, nos últimos dias do nosso Governo,
veríamos quem era do PT, dentro do magistério, daríamos o Regime Especial, quem
tinha 40 horas nós convocávamos para mais 20, quem tinha 20 horas nós convocávamos
para mais 20 e botávamos todos os nossos correligionários sem concurso. E é por
isto que digo que esta Lei foi uma maracutaia legal que esta Câmara aprovou.
Esta Lei tem que ser revogada, porque possibilita a que os governos, se
quiserem, daqui para frente possam colocar os seus apadrinhados - não estou
dizendo que vão fazer, mas podem - no serviço público sem concurso. Podem
chamar os seus para ocupar no sistema de ensino que tem que ser curso público.
O magistério e todo o mundo, hoje, defendem o concurso público como a norma
mais isenta, a melhor forma de ingresso na função pública. Mas daqui pra
frente, se o Governo quiser pode burlar este dispositivo.
Então, Ver. João Dib, eu quero
deixar muito claro, nós temos que acabar com esta Lei. E faço um desafio a V.
Exª: descubra neste País qual a Capital que paga seus funcionários em dia,
melhor que Porto Alegre. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, está com a palavra o
Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, quero registrar, apenas, um episódio que aconteceu hoje de manhã,
com relação à renovação de votação requerida pelo Ver. Artur Zanella, não foi
nossa intenção e jamais seria - eu quero deixar bem claro nos Anais - contrariar
a Assessoria Legislativa, a Diretoria Legislativa da Casa, a própria Auditoria
da Casa e nem tampouco o nosso Presidente da Mesa, no momento nosso Presidente
da Casa também, Ver. Antonio Hohlfeldt. Mas nós entendemos que realmente
sobravam razões para acharmos que haveria necessidade de constar em algum
lugar, porque informação tem que existir pra gente estar informado. E se não
existe informação, como vamos estar informados.
Então, só deixo este testemunho,
salvaguardando todo o respeito que tenho pelo excelente trabalho da Diretoria
Legislativa, seus funcionários, seus assessores, da Auditoria da Casa e do
Presidente.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, quero dizer a V. Exª que continuo
entendendo que a Diretoria Legislativa trabalhou muito bem quando interpretou o
artigo da Lei Orgânica que dizia que não precisava maioria. Eu acho que não
existe na Lei Orgânica uma forma de pedir a anulação da votação, a não ser a
renovação. E também, já que o Ver. José Valdir não me deu o aparte, quero dizer
que não fiquei na periferia com o problema dos professores, segunda-feira tomo
a primeira medida, porque declarei guerra lá, ontem.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Agradeço o aparte.
Mas, tinha me inscrito em Comunicação Pessoal para fazer a minha parte, uma vez
que a Câmara já fez, ontem, na Sessão Solene, uma saudação às mulheres e ao
movimento das mulheres, e a nossa solidariedade, o nosso abraço,
principalmente, às mulheres que trabalham nesta Casa, que se têm mostrado muito
competentes, solidárias, pois hoje é o Dia Internacional da Mulher, e assumimos
esta postura de nos congratular, em especial, com os movimentos que buscam
justiça, igualdade e uma melhor condição de vida para homens e mulheres desse
País, e nesta nossa Porto Alegre. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Ervino
Besson.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
quero aproveitar a oportunidade para saudar as mulheres, principalmente aquelas
companheiras aqui da Casa, que estão lado a lado conosco, engrandecendo o nosso
trabalho e o trabalho da Casa.
A História diz que ao lado de um
grande homem sempre tem uma grande mulher.
Um abraço às mulheres, o meu
abraço sincero, que é estendido a todas as mulheres.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
vários Vereadores desta Casa já se pronunciaram várias vezes sobre o problema
da Sertório, a Vila Tripa. Creio que o Prefeito Municipal, juntamente com todos
os Vereadores desta Casa, temos um problema muito sério, talvez o problema mais
sério das vilas da cidade de Porto Alegre. Tenho certeza absoluta de que a Vila Tripa, ao longo da Sertório, é um
dos piores problemas que, hoje, a sociedade de Porto Alegre enfrenta. Sabemos
que lá, praticamente todos os dias, há acidentes com morte. Ontem, às treze
horas e trinta minutos, ocorreu um atropelamento. Até olhei rapidamente os
jornais, hoje, mas não vi nada a respeito. Pela violência do atropelamento,
creio que a vítima veio a falecer. O carro que atropelou aquela senhora, um
Kadett, fugiu, mas deu para compreender que ele fugiu, não para não prestar
socorro à vítima, e, sim, para não ser linchado pelos populares que ali
acorreram. Quero dizer também, Sr. Presidente, que vários automóveis tentaram
parar para socorrer a vítima e não conseguiram, em virtude da reação das
pessoas que ali se aglomeravam e que investiam para cima dos automóveis.
Depois, comentando o fato com algumas pessoas, ouvimos delas a explicação de
que acidentes desse tipo ocorrem praticamente todos os dias. Esperamos que as
autoridades se dêem conta da gravidade do problema.
O Sr. Giovani Gregol: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, este Vereador comunga
totalmente da sua preocupação, mas gostaria de registrar que o problema da Vila
Tripa tem encaminhamento, tem solução já prevista pela Administração Popular de
Porto Alegre. Já existe local, já existe projeto, já existe parte dos recursos
e os demais estão sendo alocados, para a transferência total da Vila Tripa e
demais vilas daquela região de Porto Alegre para quadras inteiras do bairro
Humaitá que estão, hoje, vazias e que são de propriedade dos empresários, pois,
inicialmente o bairro Humaitá seria um bairro industrial. Em permuta, com a
concordância expressa desses empresários, com outras terras do Município,
então, o problema tem encaminhamento. Agora, eu lamento que durante a
convocação extraordinária, esta Casa não votou o Projeto Humaitá e, Ver.
Ervino, vários Vereadores desta Casa, inclusive da Bancada de V. Exª, noutra
oportunidade posso dar os nomes, estavam fazendo lobby com os moradores
e outras pessoas daquele bairro para que o Projeto Humaitá não seja efetivado,
ou seja, para que a Vila Tripa não saia de lá e este problema que V. Exª também
lembra, continue.
O SR. ERVINO BESSON: Para encerrar, visto a gravidade
do problema, creio que ontem, Sr. Presidente, graças a um alerta da população
que mora naquela região, para que os motoristas não socorressem aquela vítima,
se evitou, não uma tragédia e, sim, uma segunda tragédia. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
queremos registrar a homenagem a todas as funcionárias da Casa, pelo transcurso
do dia de hoje, Dia Internacional da Mulher.
Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 12h59min.)
* * * * *